Diante de relações cada vez mais digitais, como garantir e colocar em prática uma Comunicação Interna humanizada? Se nos últimos anos a necessidade de viver em um mundo globalizado definiu que estar on-line era um pré-requisito, o grande desafio da comunicação com colaboradores é acompanhar essa tendência sem aderir à robotização do discurso.
Adaptar-se a esse novo jeito de viver, consumir, trabalhar e interagir fez com que aprimorássemos a forma como nos relacionamos com o outro. Nesse sentido, falar na digitalização dos relacionamentos é falar, também, na digitalização da comunicação. Até porque, ninguém se relaciona sem se comunicar.
Como, então, construir e praticar uma comunicação humanizada diante de tanta tecnologia? O que fazer para evitar a robotização da experiência? Onde as empresas entram nesse processo e qual é o papel que a Comunicação Interna tem nele? A seguir você confere algumas dicas que vão te ajudar a encontrar essas respostas.
Entenda que relações, digitais ou não, precisam ser nutridas
Esse é o primeiro ponto de atenção. Afinal, não se constrói uma comunicação humanizada sem ter como base uma relação bem estruturada. Isso significa que é fundamental estabelecer uma conexão entre as pessoas. Nas empresas isso também se aplica. Estejam os colaboradores em formato de trabalho presencial, híbrido ou remoto, eles precisam se sentir integrados à organização.
E atenção: o futuro do trabalho é híbrido, como constatou um levantamento feito pela Google Workspace. Nos últimos anos, o modelo híbrido foi adotado por 44% das empresas brasileiras – sendo o formato de trabalho preferido entre os profissionais mais jovens.
Com isso, observamos uma grande tendência a digitalizar cada vez mais a conexão nos espaços corporativos. Você já parou para pensar por que algumas organizações enfrentam dificuldades para estabelecer formas de trabalho a distância? Essas barreiras representam, na verdade, a falta de alinhamento no relacionamento entre os colaboradores e a empresa. E a regra é simples: quanto maior for o alinhamento das equipes à cultura organizacional, menor será o esforço de adaptação à rotina digital de trabalho.
Conecte-se a seu público-alvo
Só é possível se aproximar de quem a gente conhece; ou seja, para nutrir um relacionamento precisamos conhecer quem faz parte dele. Por isso, tenha em mente que a comunicação é uma ferramenta muito versátil que pode (e deve!) ser adaptada sempre que necessário. Pense o seguinte: se as pessoas não são iguais, por que a comunicação direcionada a elas precisa ser?
Conhecer o público-alvo é fundamental para garantir que a mensagem cumpra seu propósito. Na busca por uma comunicação humanizada, o destinatário precisa se sentir acolhido, compreendido e valorizado. Dessa forma, o conteúdo será absorvido de forma orgânica e a empresa passará a ter um colaborador mais próximo da organização.
Lembre-se: informar simplesmente por informar não faz sentido. Nos espaços corporativos, uma mensagem também precisa conseguir despertar alguma conexão em quem a recebe. Dessa forma, a comunicação precisa ser pensada para quem a consumirá. Isso significa levar em consideração diversos fatores, como faixa etária, sexo, raça, escolaridade, cultura, etc.
Afinal, se a diversidade está presente no quadro de colaboradores, ela também precisa estar no discurso. Contudo, nem sempre essa é a realidade. Segundo uma pesquisa feita pelo LinkedIn, em 2019 somente 32% dos profissionais LGBTQIA+ afirmaram que se sentiam completamente acolhidos pela empresa. Vamos mudar isso?
Escolha as palavras certas
As palavras têm o poder de definir completamente o tom de uma mensagem. Por isso é tão importante selecioná-las na hora de entregar um conteúdo falado ou escrito a alguém. Ou seja, quando queremos colocar em prática uma Comunicação Interna humanizada, as palavras fazem toda a diferença no processo.
Uma mesma mensagem pode ser interpretada de diferentes formas, tudo vai depender das palavras escolhidas para passá-la adiante. Observe esses dois exemplos:
- “Vote na empresa para conquistarmos o selo GPTW”: essa frase transmite uma ideia mais imperativa, afastando as pessoas do propósito dessa votação.
- “Sua opinião é muito importante para a empresa! Participe da pesquisa e ajude-nos a conquistar o selo GPTW”: essa outra frase é mais convidativa e, além de incluir as pessoas nesse processo de decisão, também enaltece a importância da participação de cada uma delas.
Viu só? Essas duas frases possuem o mesmo contexto, mas podem ser interpretadas de forma diferente dependendo de como a mensagem é construída. Além disso, uma comunicação humanizada impacta diretamente o engajamento dos colaboradores. Assim, quanto mais humanizado for o discurso, mais as pessoas se sentirão motivadas a investir nessa relação.
Coloque em prática a empatia
Você sabe o que essa palavra significa? Empatia é a capacidade de se identificar com o outro. Dessa forma, um discurso empático visa despertar a sensação de proximidade e pertencimento. Tenha em mente que na Comunicação Interna humanizada o ponto de partida e o de chegada é sempre o mesmo: as pessoas.
Uma comunicação empática e, consequentemente, humanizada pode transformar a experiência de quem está envolvido nessa relação – seja ela pessoal ou profissional. No meio corporativo, quanto mais humanizada for esse contato entre a empresa e os colaboradores, mais fácil será reter e atrair talentos.
Perceba: o fluxo da comunicação humanizada é cíclico. A empatia fortalece o relacionamento, que é construído a partir da conexão com as pessoas por meio da comunicação.
Invista em Comunicação Interna
“E o que a Comunicação Interna tem a ver com tudo isso?”, você pode estar se perguntando. A resposta é: tudo! A comunicação só pode ser humanizada dentro das empresas se for conduzida pelo setor de CI, que é responsável por gerenciar esse fluxo.
Anote aí: humanização tem tudo a ver com experiência – e experiência tem tudo a ver com Comunicação Interna! De acordo com um levantamento feito pela Gallagher (2022), 82% das pessoas concordam que o setor de CI é visto como um dos principais impulsionadores da experiência do colaborador na organização. Os números dizem muito sobre essa realidade.
Isso significa que se as empresas se preocupam tanto com a experiência do usuário e do consumidor, elas precisam pensar também na experiência do colaborador. Conquistar o público externo é fundamental para fortalecer a sua marca, mas despertar a admiração do público interno é essencial para construí-la. A Comunicação Interna existe para conduzir esse processo, que só será positivo se for humanizado em todas as etapas.
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