A comunicação interna tem a missão de levar até o colaborador a informação, criando e fortalecendo a confiança dos funcionários na organização. Entretanto, as diferentes realidades das empresas desafiam o planejamento da estratégia de CI. Um bom exemplo é o agronegócio, que conta com públicos espalhados em propriedades rurais espalhadas, longe das sedes onde habitualmente são feitas as principais comunicações.

Ao longo deste conteúdo vamos falar da importância da comunicação interna para esse segmento de mercado e porquê considerar um canal digital. Para isso, contamos com a contribuição de Marlene Marchiori, professora, escritora e especialista em agronegócio.

A comunicação interna no agro pode (e deve!) ser mais digital

De acordo com a Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), as ferramentas de comunicação no campo avançaram: atualmente, 94% dos produtores têm smartphone, contra 61% na pesquisa anterior, de 2017.

Além disso, a oferta da internet no meio rural também apresentou dados significativos: 91% dos produtores de animais e 88% para os agricultores têm acesso à rede. 57% dos entrevistados relataram usar a internet 15 ou mais vezes por dia.

A partir desses dados, é possível entender canais de comunicação digitais como uma ótima opção para chegar aos colaboradores no campo, quebrando barreiras e ultrapassando fronteiras.

Como atingir e engajar o trabalhador rural

Apesar de bastante falado, o conhecimento do público é um ponto de atenção e a peça-chave para o planejamento das ações de Comunicação Interna no agronegócio.

“O que é esse planejamento de comunicação estratégica? É você determinar os seus objetivos, o que você quer, o que aquele grupo precisa. Pode até ser que você tenha diferentes estratégias dentro da própria propriedade rural a partir das características que você levanta daquele grupo de funcionários”. 

Marlene Marchiori é professora, escritora e especialista em agronegócio.

Dialog: quais são as peculiaridades do agronegócio que devem ser levadas em conta na construção da estratégia de CI? Quais são os desafios enfrentados pela área nesse setor?

Marlene Marchiori: Como nós nos relacionamos e com os nossos empregados e, principalmente, também como nos relacionamos com as famílias porque o Agro tem uma característica, que é a presença da família dentro das propriedades rurais. 

Às vezes o que acontece quando a gente olha uma indústria, quando a gente olha uma empresa, a família não convive de uma forma tão próxima. Então eu acho que essa característica é bem relevante para a gente pensar.

Eu acho que não existe uma regra para a estratégia de CI, o que podem existir são avaliações que você faça dos públicos, o conhecimento da opinião desses públicos e, a partir disso, envolver as famílias. Pode ser uma estratégia bem diferente em termos do agro.

Na sua visão, qual deve ser a abordagem do digital em CI no agro? E a estratégia?

Digital no agro, com certeza, significa a gente capacitar as pessoas para esse uso. Isso é uma coisa bacana para a gente pensar.

Ampliar a visão de relacionamentos públicos, o valor dos relacionamentos, eu acho que outra coisa bem interessante da gente pensar também. Estratégia é estudar os stakeholders, o que eles pensam e, a partir dessa leitura, você pensar em um projeto específico que tem a cara daquele negócio.

A rede social corporativa é uma boa opção para a comunicação interna no agronegócio? 

Eu tô olhando para dentro da porteira e para suas relações com as pessoas que constroem esse negócio, desenvolvem suas atividades nas propriedades, trabalham, se olham, convivem em comunidade.

Então, como é que a gente estimula esses relacionamentos? Dentro das nossas fazendas, quando a gente fala em comunicação interna, eu falo dos empregados e seus familiares 

A gente precisa, também, intensificar esses relacionamentos e, aí dentro disso, eu acho que a rede social corporativa é bem bacana de a gente pensar, tendo sempre como prioridade informar os nossos funcionários com antecedência e depois a gente ampliar a voz da nossa organização.

Se ficou interessado no tema, indicamos a leitura do nosso e-book sobre CI no Agro. Você pode baixar ele aqui!

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