As conversas sobre cuidado com a saúde mental ganham destaque graças à campanha Setembro Amarelo, que aborda a conscientização sobre a prevenção do suicídio. Entendendo que o trabalho representa uma parte significativa na vida de uma pessoa, de um colaborador, como a Comunicação Interna pode trabalhar o tema?
Por mais delicado que seja, o assunto precisa ser tratado dentro das organizações. De acordo com a Pesquisa Vigitel 2021, 11,3% dos brasileiros relataram ter recebido um diagnóstico médico de depressão.
Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a classificar a Síndrome de Burnout como doença do trabalho no início de 2022. Segundo a OMS, a síndrome passou a ser tratada como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”.
Com o crescimento no número de casos de burnout, depressão e outras doenças que acometem a saúde mental nos últimos anos, marcados por incertezas e abruptas mudanças significativas, as empresas não podem ignorar o problema.
Pensando sob o viés profissional, o adoecimento mental impacta a produtividade e trabalho do colaborador. Entra aí o trabalho de Comunicação Interna.
Setembro Amarelo: empatia e cuidado
O suicídio ainda é tratado como um tabu, seja por falta de informação ou por medo. Como já falamos, o tema é delicado e precisa ser tratado com responsabilidade. A Comunicação Interna deve tomar cuidado e usar a empatia como base das comunicações relacionadas ao Setembro Amarelo.
A conscientização é o melhor caminho: a comunicação precisa ser feita de forma respeitosa, mas que aborde o problema com a seriedade necessária.
Além das informações sobre o movimento Setembro Amarelo, a importância do cuidado da saúde mental pode ser usada como gancho para começar as conversas sobre o assunto. A área de Comunicação Interna pode construir uma campanha que amarre todos os temas para introduzir o assunto nas pautas abordadas pela organização com seus colaboradores.
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Continuidade, veracidade e cultura
Existem três pontos de atenção para a Comunicação Interna na hora de planejar os conteúdos relacionados ao Setembro Amarelo:
Continuidade
Informativos e campanhas sobre prevenção ao suicídio e alertas sobre saúde mental não podem ficar restritas ao mês de setembro. O cuidado que empresas devem ter com o bem-estar dos colaboradores deve acontecer durante o ano todo, então por que a comunicação seria diferente?
O estigma relacionado ao suicídio é reforçado justamente pela falta de continuidade nas conversas sobre o assunto. Para reverter isso, a continuidade é peça-chave.
Veracidade
Investir e incentivar o cuidado da saúde mental dos profissionais é dever das organizações. Se isso não é feito pela empresa, como a área de Comunicação Interna pode passar credibilidade ao falar sobre o assunto?
A empresa disponibiliza apoio psicológico? É feito algum tipo de acompanhamento dos colaboradores que têm depressão ou tiveram burnout? Como falar sobre conscientização e prevenção ao suicídio se a empresa não faz algo na prática?
O discurso e a prática devem andar lado a lado para a construção de um bom trabalho de CI. A campanha pode ser bem produzida, mas não será absorvida como deve se a realidade dentro da companhia é diferente do que Comunicação Interna passa.
Cultura
Esse fator acaba sendo junção dos dois anteriores. A cultura organizacional é o DNA da empresa. Sendo assim, ela deve servir como base tanto nas ações de cuidado com a saúde mental e conscientização sobre a prevenção contra o suicídio quanto nas comunicações sobre os temas.
Se os valores, missão e visão não conversam com essa ideologia que coloca o bem-estar dos colaboradores como prioridade, a Comunicação Interna não conseguirá resultados significativos, porque os funcionários saberão que a cultura da empresa não defende isso.
Então, CI deve trabalhar na campanha de Setembro Amarelo ou qualquer outra sobre saúde mental junto com a área responsável pela cultura da empresa.
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