Ao longo dos anos, a pauta de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) vem ganhando cada vez mais espaço dentro das empresas. Nos últimos tempos, deixou de ser opcional pensar no assunto e passou a ser necessário incluir o tema na agenda e estratégia organizacional. Mas quais são as tendências de DEI para 2022 e como podem impactar a Comunicação Interna e o RH?

Como já vimos por aqui, as duas áreas são essenciais para o sucesso da agenda de DEI nas organizações. Em entrevista ao Dialog Talks, o sócio da consultoria Mais Diversidade, João Torres, comentou sobre como RH e CI são as que mais fomentam a transformação cultural e que, sem a parceria entre elas, as conversas sobre diversidade não evoluem.

É importante entender que a dinâmica entre Comunicação Interna, RH e DEI impacta diretamente a estratégia e planejamento de todas as partes envolvidas (e a empresa como um todo), principalmente porque o foco é o mesmo: as pessoas, os colaboradores.

Sendo assim, é natural que a agenda de uma das partes influencie as outras. E, por esse motivo, profissionais de CI e de RH devem se atentar às tendências de Diversidade, Equidade e Inclusão para entender o que pode ser feito para potencializar esse movimento. 

O poder da Diversidade, Equidade e Inclusão

O impacto de DEI na estratégia e resultados do negócio como um todo se mostra cada vez maior. Segundo o relatório realizado pela McKinsey, empresas que apostam na diversidade têm:

•   33% mais chances de ter uma melhor performance financeira;
•   27% mais chances de superar concorrentes em criação de valor a longo prazo.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, empresas que monitoram o impacto da diversidade de gênero na liderança reportam crescimento de 5% a 20% nos lucros.

Ainda falando sobre finanças, o estudo Centro de Vendas no Brasil 2021, produzido pelo LinkedIn, mostrou que 93% dos clientes têm maior probabilidade de comprarem de uma empresa quando “a equipe de vendas representa a comunidade e o setor que atende”. Já 88% das empresas brasileiras preferem fazer negócios com organizações que tenham como um dos pilares a diversidade.

Em 2021, a agenda de DEI ganhou um importante aliado: o mercado financeiro. A Nasdaq, um dos índices da bolsa de valores de Nova York, passou a obrigar as empresas listadas a ter metas de diversidade e inclusão em seus conselhos.

No Brasil, a B3 (Bolsa de Valores do Brasil), o IFC (International Finance Corporation) e o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) lançaram uma carta reforçando a importância do tema.

Olhando sob o viés de engajamento, a diversidade também faz diferença. Quando há diversidade no ambiente de trabalho, os conflitos reduzem em 50% enquanto 17% dos colaboradores se sentem mais motivados, revela uma pesquisa da Harvard Business Review.

O que vem por aí

Conheça as tendências de DEI para o ano de 2022: 

Transparência

Como já falamos, a diversidade está entre as prioridades das organizações. Mas, em 2022, as palavras não serão suficientes e as empresas precisarão fazer a transição do discurso para a prática.

Indo de encontro com esse movimento, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou novas orientações para empresas de capital aberto, que – a partir de agora – precisam informar a representatividade de raça, gênero e idade por nível hierárquico.

O RH será o responsável em fazer esse censo demográfico interno em boa parte das organizações e entender a realidade interna (e o que pode ser feito para melhorar).

Já a Comunicação Interna deve ser o portal da transparência da diversidade para os colaboradores. É pela estratégia de CI que funcionários podem ter uma percepção real do que vem sendo feito pela organização sobre temas de DEI.

Desenvolvimento de talentos diversos

Essa tendência se alinha com uma das missões de RH: desenvolver profissionais.

Nos últimos meses, foi possível notar um intenso “rouba-monte” no mercado: companhias, buscando melhorar seus índices de diversidade, atraem lideranças das concorrentes.

Ricardo Sales, que também é sócio da Mais Diversidade, afirmou em artigo para o Estadão que, para este ano, programas de trainee com foco em grupos minorizados e projetos de aceleração de carreira com o objetivo de capacitar esses públicos para posições mais seniores devem aumentar.

O investimento no desenvolvimento de talentos diversos deve ocupar parte considerável do orçamento e do tempo da área de RH em 2022.

Comunicação inclusiva

Adaptar a linguagem de forma que todas as pessoas tenham acesso à comunicação deve ser uma das prioridades para CI daqui para frente.

Muitas empresas, inclusive, estão investindo em treinamentos para gerentes e diretores sobre o assunto (o que envolve a área de RH).

Mensuração

O que não é medido não pode ser gerenciado. Para 2022, as organizações precisarão trabalhar com metas e compromissos públicos relacionados à diversidade, a partir de dados internos (entra aqui novamente a necessidade de um censo demográfico).

A tendência de mensuração não é exclusividade de DEI. Comunicação Interna também enfrenta esse desafio. Se sua empresa ainda não olha métricas da área, corra!

Inclusive, a mensuração em CI pode ser muito útil para a estratégia de diversidade, equidade e inclusão dentro das organizações: ao entender quais tipos de ações, campanhas e canais de comunicação dão resultado, planejar fica mais fácil.

Modelos de trabalho

O aumento de casos de Covid-19 no início do ano frustrou muitas empresas e adiou a volta, mesmo que parcial, dos colaboradores ao trabalho presencial. A tendência é que isso aconteça ainda em 2022.

Olhando para DEI, as empresas devem levar em consideração os diferentes modelos de trabalho dentro das organizações para as ações da agenda.

Comunicação Interna e RH já enfrentam o desafio de alcançar e engajar os colaboradores em diferentes lugares (em casa, escritório, fábricas, pontos de vendas, campo, hospitais etc.) podem agir como aliados dos responsáveis pela agenda de diversidade para o planejamento de ações mais assertivo.

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