É inegável o fato de que CI ganhou força nos últimos anos. O potencial estratégico, que sempre existiu, finalmente foi reconhecido pelas organizações. Por isso, não dá mais pra esperar e é preciso investir esforços – seja como empresa ou como profissional de Comunicação Interna.
Pensando nisso, é preciso analisar o cenário presente e o que já sabemos sobre o futuro da Comunicação Interna. Ela já atingiu seu total potencial? O estigma da “pastelaria” (área que só tira pedido) está ficando mesmo para trás? Quais habilidades as pessoas comunicadoras precisam ter para trabalhar em CI daqui pra frente?
Essas e outras perguntas foram respondidas pela fundadora e consultora da Caminho do Meio e professora na ESPM e Aberje, Cynthia Provedel, no novo episódio do Dialog Talks. Você pode assistir ou escutar o episódio clicando no player abaixo.
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Um longo caminho a percorrer na Comunicação Interna
Para Cynthia, a Comunicação Interna ainda não atingiu todo seu potencial nas organizações. Ela pontua que o nível de maturidade da área varia de empresa para empresa, enquanto algumas estão mais avançadas, outras se encontram no início da jornada.
“No final das contas, é inegável que a gente evoluiu como comunicação interna para outros patamares nos últimos anos (…), mas eu avalio que ainda tem organizações que estão avançando nesse sentido e também aquelas que avançaram tem muito a protagonizar e tem muito a alavancar considerando as transformações da atualidade”.
Ela cita desafios que a Comunicação Interna vai impulsionar e dar suporte:
- novos modelos de trabalho;
- diversidade;
- modelos de negócios que exigem outro nível de engajamento;
- transformação digital;
- transformação da cultura organizacional;
- ESG;
- novas gerações no ambiente de trabalho.
“Não só as temáticas, mas o cunho estratégico que norteia essas temáticas vão demandar o nosso protagonismo e uma atuação cada vez mais consistente e robusta nas organizações”.
Como justificar investimentos?
A dificuldade em justificar investimentos em Comunicação Interna ainda é real. Para vencer isso, a professora aconselha vincular os objetivos estratégicos da área com os do negócio. Com isso, o valor de CI é reconhecido.
“É a gente conseguir buscar de fato uma correlação e se colocar como protagonista, e como uma área que vai empreender na prática os objetivos que são estratégicos para a empresa”.
De maneira consultiva e estratégica, a área deve entender, compreender e co-construir os objetivos de negócio. E ainda transformar as ações e os objetivos estratégicos no dia a dia da CI como uma resposta, se colocando “mais do que a serviço, mas como uma área que protagoniza e que contribui de uma maneira muito significativa para as estratégias organizacionais”.
Além disso, Cynthia comenta sobre a importância de mensurar sempre.
“Com base na mensuração, é possível demonstrar de uma maneira consistente, com base em fatos e dados, com robustez e com rigor a contribuição e o retorno que está sendo dado à organização em função do trabalho que está sendo feito. Não só para a organização, mas para os colaboradores também.”
A entrevistada ainda cita como a mensuração contribui “de maneira decisiva” para o planejamento ao construir a partir dessas informações planos para alcançar os objetivos da área.
“Na medida em que a gente se cerca desses recursos e ganha essa consistência e robustez na maneira de agir, planejar e executar, a gente vai ganhando mais espaço, credibilidade e confiança”.
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Profissionais de Comunicação Interna
Quando perguntada sobre quais características o profissional de Comunicação Interna deve ter para dar suporte às necessidades da área, Cynthia cita o estudo recente que liderou: o “Mapa da Profissão de Comunicação Interna: uma adaptação brasileira”, feito pela Aberje, em parceria com o IoIC (Institute of Internal Communication).
Algumas atitudes e/ou competências presentes no estudo que são necessárias às pessoas comunicadoras nas empresas:
- Adaptabilidade: Ter abertura aos constantes aprendizados que surgem, pedir ajuda quando necessário.
- Empatia: Ter uma escuta ativa e empática, criar espaços de diálogo.
- Curiosidade: Indo além do senso comum, ter abertura às novas abordagens, olhar além das fronteiras organizacionais e ganhar repertório para contribuir.
- Criatividade: Ponto que pode resultar em soluções de problemas (seja mudança de comportamento, postura de engajamento). Não é preciso ser algo inédito, é possível ser criativo pensando em pontos simples.
- Construir relações dialógicas e plurais: É construir espaço e oferecer protagonismo para que vários agentes de transformação organizacional se manifestem. Também está relacionado à escuta ativa.
- Construir relações de confiança: Cumprir acordos estabelecidos, assegurar que a informação seja tratada de forma responsável, ética e cuidadosa.
- Desafiar o status quo: Tendo embasamento e trazendo recomendações consistentes, escutando outras partes.
- Postura consultiva: Se perguntar como usar os insights e fazer recomendações a partir da sua jornada e de dados.
Além disso, ela lembra o quão necessário é ampliar o repertório.
“O profissional de comunicação vai ter mais alcance, mais consistência, mais elementos para contribuir com os desafios organizacionais na medida que ele articular, transitar e ter uma desenvoltura em relação em como ele se relaciona no dia a dia”.
Para isso, Cynthia recomenda que profissionais da área busquem entender assuntos relacionados à psicologia, cultura organizacional e sociologia e ainda propõe uma reflexão:
“E como é que eu, como profissional de Comunicação Interna, compreendo o ser humano nesse lugar, para além do colaborador que exerce uma atividade no dia a dia? Porque ele traz consigo todo um universo, com suas expectativas, emoções, crenças, cultura individual”.
Saiba como fugir da imagem de patinho feio
A área de Comunicação Interna era (em muitas empresas ainda é) tratada como patinho feio. Para Cynthia, esse estigma vem perdendo espaço, porém o que falar para pessoas que têm o desejo de investir na carreira em CI, mas têm receio?
Ela afirma que passamos por um momento de transição, saindo do lugar do patinho feio rumo ao posto de grande relevância e impacto. Provedel analisa que profissionais que entram no mercado de trabalho da comunicação hoje são bem diferentes daqueles que ingressaram há 15 anos.
“As pessoas já chegam com interesse genuíno, às vezes já chegam com esse sonho de trabalhar em Comunicação Interna, que é algo muito legal de ser percebido”.
Como conselhos, Cynthia dá 5 dicas:
- Estude o mercado e conheça as pesquisas relacionadas à Comunicação Interna;
- Compreenda o que alavancou o posicionamento estratégico da área nos últimos anos;
- Conheça tendências e oportunidades de CI para entender de que forma é possível contribuir mais;
- Conheça boas práticas de comunicação em empresas;
- Converse com profissionais da área.
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