Maio Amarelo e Comunicação Interna: mais vida no trânsito para além do mês

por | 05/05/2025 | Comunicação Interna, Dale, Parceiros

Um fato inegável no status quo corporativo de 2025, que pode ser constatado em uma rápida observação e no contato com profissionais, é que o regime híbrido de trabalho — às vezes no escritório, às vezes remotamente — e mesmo o inteiramente presencial estão retornando às rotinas das pessoas, especialmente no meio urbano. Isso implica outro retorno: o do deslocamento regular e massificado de uma parcela crescente da população das cidades.

Considerando que, com a divisora de águas que foi a pandemia, muitas pessoas colaboradoras de empresas estavam habituadas ao trabalho 100% remoto e que boa parte delas já ingressou em seus atuais postos nessa modalidade de atuação, podemos concluir que um número bastante grande de motoristas, ciclistas, passageiros e pedestres só passou a desenvolver recentemente uma rotina de transporte para ir de casa para o trabalho e vice-versa, ou mesmo para outros lugares após o expediente.

Essa relativa inexperiência ou falta de hábito com trajetos ora complexos pode contribuir para complicar o já complicado tráfego metropolitano. Mas, infelizmente, não é só isso: pode também ajudar a aumentar o número de acidentes nas vias brasileiras. No período em que a campanha Maio Amarelo busca fomentar a conscientização quanto à segurança no trânsito, é preciso refletir sobre o papel que nós, pessoas comunicadoras, podemos ter nesse engarrafamento de questões.

Destinos modestos, mas não menos nobres

Um recente estudo mostrou que, no primeiro bimestre de 2025, vimos um aumento de 30% no número de atropelamentos fatais na cidade de São Paulo. E apesar de a prefeitura da capital paulista haver prometido duração mais longa dos semáforos para pedestres e redução da velocidade máxima permitida em determinadas ruas e avenidas como medidas paliativas, muito estrago já está feito por uma questão muito mais simples que infraestrutura e engenharia de tráfego: a falta de atenção.

E qual é o tamanho da contribuição que uma campanha de Comunicação Interna pode ter? Pode ser pequeno, mas evitar que uma pessoa se acidente no trânsito de uma grande cidade, que por acaso é colaboradora da empresa que foi impactada positivamente pela campanha, já é um baita resultado, visto que aqui não estamos indo atrás de números e sim de vida.

Se pudermos, com uma campanha, reforçar o estado de vigilância e alerta que condutores e pedestres devem manter durante os seus trajetos pela cidade, temos ao menos alguma chance de diminuir estatísticas trágicas.

Mapeando rotas

Reforçar a mensagem de manter a atenção no trânsito, esteja a pessoa colaboradora pilotando uma moto, esteja andando de patinete elétrico no canteiro central de uma avenida famosa, é sempre importante. Mas também precisamos entender que mensagens específicas podem mudar conforme o contexto dos itinerários das pessoas. Assim, uma pesquisa ou mesmo enquete rápida na proximidade do Maio Amarelo, em uma rede social corporativa ou outro meio prático, pode ajudar a entender como as pessoas estão se deslocando entre o lar e o local de trabalho.

A partir daí, o direcionamento pode variar:

Mensagem para quem vai de carro

Sabia que existem aplicativos de carona que organizam direitinho as escalas, os dias e os horários com base na inserção dos endereços das pessoas interessadas em dar/pegar carona para o trabalho e para casa? Assim, também é possível entender com todo mundo quem está mais bem preparado para fazer o trajeto e, claro, isso diminui a probabilidade de acidentes.

Mensagem para quem vai de transporte coletivo

Além da opção de ônibus fretado, que hoje é todinha solucionada digitalmente por parte de diversas empresas que oferecem o serviço (neste caso, é preciso entender a disponibilidade do benefício com o RH), apps gratuitos e com valores bastante acessíveis mostram as rotas em tempo real de cada modalidade de transporte para ninguém perder o horário nem “correr atrás do busão”, expondo-se a riscos. 

Mensagem para quem vai de bicicleta

Que tal divulgar, em etapas ou por trechos, os mapas das ciclovias/faixas disponíveis na cidade, com ênfase nas proximidades do local de trabalho? Mesmo pessoas muito entusiastas do pedal podem se confundir e achar que têm mais experiência do que realmente têm, o que as coloca em situações perigosas no tráfego intenso e nem sempre bem pensado para quem não está motorizado.

Abordagem humanizada

Sensibilizar alguém que nunca sofreu um acidente ou que não conhece ninguém que tenha sofrido pode parecer complexo, mas a conexão pode ser realizada por outros ângulos. Apesar de nossas experiências de vida serem diferentes, todos nós temos alguém para quem queremos voltar em segurança para casa: maridos, esposas, companheiras, filhos, mães, pais, tios, tias, amigas, pets… A lista é grande, mas é só para demonstrar que, apesar de podermos não ter tanto em comum em nossos trajetos e experiências com deslocamento, todo mundo tem um lar e entes queridos.

Dessa forma, apelar para os sentimentos das pessoas é apenas uma forma de mexer na parte de suas vidas que mais se relaciona com as consequências negativas da falta de atenção no trânsito. Falar ao coração das pessoas colaboradoras é importante e isso exige que quem desenvolve a campanha ou comunicações específicas para o Maio Amarelo tenha empatia e saiba criar peças atrativas e até afetuosas.

Na DALE, realizamos com um grande cliente multinacional do setor de defensivos agrícolas uma campanha chamada Vida ao Volante — em que colaboradores de toda a América Latina (especificamente os que usavam veículos de frota para se deslocar pelos campos de suas localidades) davam depoimentos honestos sobre suas rotinas nas estradas e compartilhavam situações em que sua segurança esteve por um fio por não seguirem as diretrizes à risca.

No fim, revelavam que seguir com diligência as políticas de segurança no trânsito estabelecidas pela empresa permitia que elas pudessem estar com quem amam, novamente, dia após dia, contando o que mais gostavam de fazer com suas famílias e ao chegarem em casa. A campanha gerou comoção em relação às histórias e engajamento, mas, principalmente, consolidou regras de segurança com vista a uma meta muito humana: manter-se em segurança por quem importa nas nossas vidas.

Vamos construir um novo trecho (mais seguro) dessa pista?

Não temos muitos números quanto ao que a Comunicação Interna pode alcançar em termos de redução de acidentes por meio de campanhas de conscientização, promoção de rodas de conversa, palestras ou outras formas de fomentar o cuidado no trânsito.

A internet nos traz dados extraídos de observações gerais tidas por profissionais da área a partir dos resultados de suas ações, portanto criando apenas um cenário potencial, o que já é bom o bastante quando estamos desbravando uma área ainda não tão consolidada do nosso meio.

Informações de empresas que adotaram programas de segurança no trânsito mostram uma correlação positiva entre campanhas de comunicação e a redução de acidentes. Por exemplo, algumas organizações relataram uma diminuição de até 30% nas taxas de acidentes após a implementação de tais campanhas.

Mas, cá entre nós, mais do que olhar para os dados para, então, construir ações a partir deles, porque não arregaçamos as mangas, estacionamos o carrinho sempre em movimento da CI por um instante, com muito cuidado, e não começamos a construir nós mesmos(as) esses números positivos? 

Por meio das ações sugeridas e tantas outras ainda inexploradas, podemos fazer a diferença e transformar o Maio Amarelo em um mês, cada vez mais, de celebração de vitórias, que virão na forma de colaboradores seguros na ida, na volta e no meio do caminho, em qualquer lugar em que estejam. Taí a linha de chegada perfeita para todos nós, profissionais da comunicação, atravessarmos sem competição, mas em parceria.

O texto acima foi produzido por um parceiro Dialog, tendo seus direitos reservados. A Dialog não se responsabiliza pelo conteúdo deste artigo, sendo de inteira responsabilidade de seus autores.

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