Pensar em liderança comunicadora demanda que a Comunicação Interna e os líderes trabalhem em conjunto dentro da organização. Por um lado, a CI deve alcançar, engajar e informar, o que beneficia líderes. Por outro, essa liderança deve apoiar o trabalho da área, atuando como um canal e um sponsor.

Segundo o State of Business Communication 2023, realizado pela Grammarly, apenas 55% dos colaboradores consideram eficazes as comunicações vindas da liderança. Dito isso, quando a comunicação não é uma habilidade nata de todos os líderes, a Comunicação Interna pode e deve apoiá-los nessa formação. 

Para aumentar esse percentual, a área de CI precisa construir uma conexão entre lideranças e colaboradores, garantindo a clareza e a transparência das mensagens compartilhadas.

Neste artigo, falaremos sobre o assunto. Confira!

Liderança comunicadora: o cenário

Antes de entender como a liderança comunicadora pode ser desenvolvida pela Comunicação Interna, é preciso olhar o cenário atual das organizações. O mercado conta com profissionais de várias gerações, de Baby boomers à Geração Z. 

Segundo a Poppulo, “pode ser fácil descaracterizar ou fazer suposições sobre a forma como cada geração prefere receber comunicações, quando as preferências variam pelas experiências de todos. Muitos líderes e comunicadores hoje cometem o erro de atribuir métodos de comunicação a cada geração, levando a mal-entendidos e desconexão”.

Outro dado divulgado pelo estudo é que apenas 31% dos funcionários dizem que sua organização está comprometida em melhorar a diversidade, a equidade, a inclusão e o pertencimento, enquanto 84% dos líderes de RH dizem que estão comprometidos com os temas. Isso demonstra um desalinhamento entre o que os líderes acreditam que estão comunicando e as comunicações que os funcionários realmente recebem.

Sendo assim, a liderança precisa desenvolver seu viés comunicador para garantir que a comunicação esteja realmente acontecendo. Isso evita ruídos e boatos, que impactam negativamente o engajamento e a produtividade dos colaboradores.

Erros de comunicação da liderança

A Poppulo listou alguns dos erros mais comuns na comunicação da liderança, são eles:

1. Falta de empatia: Se os líderes não entendem como os colaboradores se sentem, então não os entendem no geral.
2. Não entender que o canal também é uma mensagem: O canal utilizado também manda uma mensagem (por exemplo: o WhatsApp é muito mais informal do que um e-mail).
3. Timing ruim: Qualquer comunicação deve ser feita primeiramente aos colaboradores. Quando o público interno descobre por fontes externas, há a quebra de confiança.
4. Falta de comunicação: Não comunicar também quebra a confiança e aumenta a distância entre profissionais e líderes.
5. Excesso de comunicação: Se a falta é ruim, o excesso também é. Em tempos de infoxicação, exagerar não só desperdiça tempo e reduz produtividade, mas também cria ruído, tornando menos provável que os funcionários ouçam a mensagem que você está tentando comunicar.
6. Comunicação inconsistente: Quando alguns líderes compartilham mais informações do que outros, cria-se uma desconexão e um desequilíbrio entre diferentes grupos de funcionários, já que alguns recebem mais informações.
7. Linguagem obtusa, robótica ou cheia de jargões: Isso distancia a comunicação do público-alvo. 
8. Pouco ou nenhum contexto: Uma mensagem descontextualizada não pode ser compreendida.
9. Falta de escuta ativa: A comunicação é em via de mão dupla – os líderes devem ouvir os funcionários para construir confiança e respeito, além de obter o feedback necessário para melhorar.

Todos eles são prejudiciais a qualquer estratégia de Comunicação Interna e engajamento nas organizações. Por esse motivo, a área deve desenhar um plano para garantir que a liderança comunicadora seja, de fato, comunicadora.

Como desenvolver uma estratégia comunicadora

A Poppulo aponta que a chave para acertar a comunicação da liderança é desenvolver uma estratégia sobre como é possível aproveitar o potencial dos líderes e ajudá-los a se comunicar de uma forma autêntica e fácil.

Isso pode se dar em 3 passos: entender as prioridades, conhecer os colaboradores e avaliar a liderança.

O primeiro consiste em entender o que importa aos líderes. Reflita o que torna a empresa única, quais são os riscos e as oportunidades, qual é a vantagem competitiva etc.

Já o segundo demanda dos profissionais de Comunicação Interna a compreensão do que os colaboradores desejam a partir da opinião desse público. Assim, a CI tem dados que podem gerar insights de como conectar as lideranças às equipes.

Por fim, o terceiro passo é avaliar o estilo de comunicação da liderança: onde eles se sentem mais confortáveis? Quais são os tipos de comunicação que preferem? A Comunicação Interna não deve transformar as pessoas em algo que não são, então essa etapa é crucial.

Depois de dar esses 3 passos, a Comunicação Interna precisa, junto com a liderança, desenvolver um plano para trabalhar o viés comunicador desse público.

A CI deve fazer com que líderes entendam a importância de se desenvolver nesse quesito, estabelecendo metas, disponibilizando o conteúdo que a liderança vai trabalhar, segmentando a audiência (se necessário) e mensurando continuamente a percepção dos colaboradores.

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