O uso da Inteligência Artificial na Comunicação Interna vem se mostrando um grande divisor de águas.
Otimizando o tempo e o trabalho dos profissionais da área, que podem direcionar esforços para projetos mais estratégicos para a organização, a Inteligência Artificial permite que a Comunicação Interna atinja seu potencial e deixe de ser vista — por outros setores e até pela alta liderança — como uma área que apenas atende a pedidos de outros departamentos e até mesmo lideranças.
Dito isso, as possibilidades ainda estão sendo descobertas e testadas. Por esse motivo, Cynthia Provedel, professora (Aberje e ESPM) e diretora-fundadora da consultoria Caminho do Meio, e Claudia Cezaro, secretária geral da Associação Brasileira das Agências de Comunicação e sócia-diretora da Duecom Comunicação, fundaram a ComunIA — primeira comunidade voltada para a troca de experiências e análises do uso da Inteligência Artificial na Comunicação Interna.

Em dezembro de 2024, as fundadoras divulgaram um e-book completo com os principais insights dos encontros promovidos pela comunidade no decorrer do ano. Neste artigo, compartilharemos quais são eles.
Inteligência Artificial na Comunicação Interna: o nascimento da ComunIA
A primeira comunidade que analisa o uso da Inteligência Artificial na Comunicação Interna nasceu com a intenção de atrair mentes curiosas e predispostas a entender e aplicar as novidades tecnológicas na área.
Ao longo de 2024, as fundadoras promoveram 8 encontros com membros da comunidade e convidados, realizaram 2 encontros focados em coleta de aprendizagem, apresentaram 1 case e contaram com mais de 190 participantes.
“Neste 1o ciclo de ComunIA, tivemos a oportunidade de formar uma comunidade que agrega profissionais genuinamente interessados em compreender o impacto da IA no dia a dia da CI. Sentimos claramente a potência de refletir em conjunto e coconstuir enquanto comunidade. O e-book tangibiliza o que foi vivenciado na prática”, comentou Cynthia Provedel, com exclusividade ao portal da Dialog.
Uma das convidadas que participaram dos encontros foi a professora da USP, Elisabeth Saad, que apontou que a adoção da IA no ambiente corporativo será feita de forma faseada, como foi na chegada da internet, das redes sociais e dos aplicativos.
“Processos de inovação disruptivos sempre têm ondas de reação e resistência. O que pretendemos é aplicar a tecnologia por meio de uma abordagem ética, que resguarde a atividade humana frente à autonomia da máquina. Por isso, defendemos a formulação de parâmetros e a regulação da IA”, comentou Elisabeth durante um dos encontros.
Desafios e oportunidades
Os desafios mapeados no primeiro ciclo da ComunIA foram:
- Usar a IA como um assistente que potencializa a jornada de trabalho;
- Testar as tecnologias para ter massa crítica e avaliar ganhos, desafios, riscos e oportunidades;
- Entender a lógica do briefing dado para chegar no melhor resultado (sempre com curadoria);
- Influenciar a liderança sobre o tema (conscientização x regulação);
- Construir letramento sobre o tema junto aos colaboradores;
- Uso contínuo da criticidade, colocando o fator humano como prioridade.
Já as oportunidades de uso da Inteligência Artificial na Comunicação Interna, identificadas nos encontros ao longo do ano, foram:
- Brainstorming para campanhas e ações para ampliar repertório e diversidade de insights;
- Produção, personalização e revisão de conteúdo com análise e curadoria cuidadosas;
- Acesso a novas referências e enriquecer argumentos, análises, pesquisas, materiais etc.;
- Mais tempo para outras atividades relevantes;
- Criação de avatares, personagens internos, assistentes de reunião e chatbots de suporte;
- Locução de voz, traduções e versões de discursos da liderança em várias línguas para aproximar e aumentar a integração entre colaboradores e empresa;
- Análise de dados e feedback, de métricas de desempenho, de sentimento e detecção de tendências.
Parte significativa do material derivado dos encontros da ComunIA aborda os papéis e as responsabilidades da Comunicação Interna com a Inteligência Artificial.
Estamos em uma etapa de experimentação e, de acordo com Cynthia e Claudia, é preciso “investir na governança da adoção de IA pela organização para possibilitar uma atuação consciente, transparente, ética e diligente nas práticas, processos e atividades”.
Case de Inteligência Artificial na Comunicação Interna
A comunidade conheceu em primeira mão o case “Tá na Mão!”, uma IA desenvolvida e utilizada pela empresa Consórcio Embracon para auxiliar os colaboradores. A área de CI da organização teve a missão de tornar a nova ferramenta conhecida e incentivar o seu uso por parte dos profissionais.
“O trabalho de engajamento segue em andamento, apoiado pelo time de Comunicação Interna, com campanhas que trazem dicas e novos usos para a ferramenta, incentivando as pessoas colaboradoras a explorarem seu potencial máximo”, comentou a analista sênior de CI e Cultura da empresa, Deborah Carone.
Outro case envolvendo o uso de IA na Comunicação Interna vem da Dialog: contamos com um módulo de produção de conteúdo a partir desse tipo de tecnologia; e a Coplacana, grande empresa do Agronegócio, incorporou o Power AI Creator em sua rotina. Conheça agora.
O que vem por aí
Para o segundo ciclo da ComunIA, as fundadoras apontam dois focos principais: aprender sobre ferramentas que contam com a tecnologia para aplicar na rotina dos profissionais de CI e compreender melhor sobre governança, papéis e responsabilidades da área em torno do tema.
“As atenções da ComunIA estarão voltadas em 2025 para o aprendizado sobre ferramentas e APPs nas rotinas de CI e para a compreensão sobre a governança, papéis e responsabilidades dos gestores para orientar, apoiar e sustentar o uso da IA em suas organizações em diferentes tipos de aplicação, para além da Comunicação Interna”, contou, também com exclusividade à Dialog, Claudia Zanuso.
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