Inteligência Artificial na Comunicação Interna; especialistas comentam essa tendência

por | 19/02/2025 | Comunicação Interna, Estratégia

As conversas sobre o uso de Inteligência Artificial na Comunicação Interna vêm se intensificando. Por esse motivo, criamos a Dialog AI Week, semana temática sobre o uso de IA na área. 

Inclusive, somos a primeira empresa brasileira do mercado de Comunicação Interna a contar com um ecossistema de Inteligência Artificial para Engajamento. O Dialog AI apoia na produção de conteúdo, na inteligência de dados e no ganho de produtividade, sendo composto por três módulos:

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O primeiro dia da AI Week abordou o fato de que a Inteligência Artificial veio para ficar e, diante desse cenário, os profissionais de Comunicação Interna precisam se adaptar e saber como utilizar essa tecnologia em suas rotinas. 

Para falar por que dar uma chance para a Inteligência Artificial na Comunicação Interna, o webinar contou com a participação de Claudia Zanuso, fundadora da Duecom e cofundadora da ComunIA, a primeira comunidade brasileira que estuda o uso de IA na área, e Rozália Del Gaudio, eleita Comunicadora do Ano pela Aberje em 2015 e 2021, fundadora da Inspiria3 e conselheira no Instituto Ronald McDonald.

Você pode assistir ao webinar ou escutar o bate-papo na íntegra.

Inteligência Artificial na Comunicação Interna: as possibilidades

Quando perguntada sobre as possibilidades da Inteligência Artificial na Comunicação Interna, Rozália apontou que a primeira delas é fazer com que a própria tecnologia e o letramento de como utilizá-la sejam pautas nos processos da área — ressaltando, inclusive, a importância de ter o assunto sendo discutido dentro das organizações.

A segunda oportunidade, é claro, é a automatização de processos e a criação de conteúdo a partir de Inteligência Artificial generativa.

Claudia ressaltou que a possibilidade do uso de IA na área de Comunicação Interna está “ao alcance de todos”, mas além do interesse, é preciso preparo para essa transformação.

A fundadora da Duecom também refletiu sobre a necessidade do pensamento crítico e de trazer o conhecimento como profissional de CI para entender as vantagens da adoção da tecnologia.

“As possibilidades são imensas! A gente já vê usos em chatbots, em personalização de conteúdo, na gestão de projetos e de times, e a gente também vê nas operações, que acabam economizando tempo e também nos entregando mais precisão em traduções automáticas, em monitoramento de redes sociais, na automatização de alguma comunicação que você queira deixar preparada para disparar e em recursos de acessibilidade, como legendas em tempo real.”

Ela ainda afirmou que considera “complicado” quando pessoas se consideram especialistas em Inteligência Artificial pois, por se tratar de uma tecnologia nova, todos estão em fase de curva de aprendizado.

Profissionais serão substituídos?

Muitos profissionais de Comunicação Interna ainda relutam em dar uma chance para a Inteligência Artificial por medo de serem substituídos pela tecnologia. Claudia explicou que os comunicadores precisam lembrar que não é a primeira vez que a área passa por transformações.

“A gente já viveu tantas [mudanças tecnológicas] na área de Comunicação Interna. Tivemos a editoração eletrônica, as intranets, os e-mails, as redes sociais internas, os aplicativos…. Vivemos nesse ambiente de muita transformação e, se você é profissional de CI, tire esse medo, porque isso faz parte do seu dia a dia!”

Zanuso ainda ressaltou a importância da capacitação por parte dos profissionais de Comunicação Interna, que devem buscar conhecimento e desenvolver habilidades para o uso de IA no cotidiano.

“A questão não é essa de ‘A Inteligência Artificial vai nos substituir’, porque ela não substitui o humano, ela complementa as habilidades humanas e passa a existir um ganho de assertividade.”

A fundadora da Inspíria3 também enxerga a tecnologia como parceira da Comunicação Interna, justamente levando em consideração o fato de que as equipes normalmente são enxutas (o estudo de 2024 da Aberje e da Ação Integrada mostrou que 55% dos times possuem até 3 membros) e os investimentos feitos na área não são suficientes.

“Sabemos que mesmo em momentos e contextos em que há um pouco mais de investimento e equipes estruturadas, muitas vezes não é possível dar conta da demanda. Você [profissional de CI] está fazendo atendimento, desdobramento da estratégia e fortalecimento da cultura, mas sempre com aquela sensação de ‘é menos gente do que deveria’. E quando vem uma tecnologia que conseguimos entender como ela se aplica em nosso contexto, como ela pode auxiliar em nosso dia a dia… Se há esse letramento e essa curiosidade, talvez ela possa ser uma grande aliada.”

Claudia complementou com uma reflexão: o fato de contar com equipes enxutas e usar a IA não significa que o fator humano da estratégia e das ações de Comunicação Interna deve diminuir.

“[IA] não é um fenômeno de redução, e sim de expansão.”

Rozália lembra que, para um bom uso de IA generativa, a criação do prompt é crucial. Segundo ela, você precisa ter informações, repertório e entendimento do contexto. Além disso, Rozália recomenda não usar o material gerado pela tecnologia sem qualquer tipo de revisão.

“A Inteligência Artificial não é um oráculo, é um facilitador para você desenvolver um trabalho. Escrever um bom prompt dá um trabalhão!”

Oportunidades

Além das possibilidades do uso de Inteligência Artificial na Comunicação Interna, existem também oportunidades. 

Como uma delas, Claudia considera que a área de Comunicação Interna pode tomar a frente e liderar o processo de implementação de IA na organização.

“Eu vejo o profissional de Comunicação Interna como um grande agente de protagonismo e de apoio nessa implementação de processos de IA. Somos profissionais que trafegamos bem dentro das organizações, temos uma atividade transversal, temos contato com muitas áreas dentro da empresa. Esse relacionamento é nossa força para introduzir o uso de Inteligência Artificial.”

As entrevistadas também refletiram sobre o fato de que os fundamentos da comunicação não devem ser deixados de lado ao adotar o uso de IA na área.

A personalização

A IA pode ajudar a personalizar a Comunicação Interna para diferentes públicos dentro da empresa, mas quais são as melhores estratégias para usar esse recurso na segmentação de mensagens e campanhas internas?

Para Claudia, a estratégia faz parte de entender os públicos e suas diferenças, quais são os objetivos desejados com cada mensagem, quem deve ser atingido por ela e quais canais têm maior aderência entre os colaboradores.

Rozália considera que o uso de IA pode apoiar na produção massiva de informações relevantes ao colaborador e que isso aproxima o público interno do canal usado por CI.

“O colaborador vai lá [no canal] buscar a informação que interessa para ele naquele momento da jornada.”

Anote as dicas!

As especialistas compartilharam dicas práticas para profissionais de Comunicação Interna que desejam adotar ou já estão implementando o uso de IA na área:

  1. Teste possibilidades para entender o que funciona para você;
  2. Use a tecnologia para o bem e com rigor ético;
  3. Construa um diálogo efetivo com Inteligência Artificial por meio de prompts com exemplos e objetivos claros;
  4. Não abra mão da governança e estrutura do processo de implementação (use comitês multifuncionais, defina diretrizes éticas e construa políticas).

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Assinatura Marcela hub nova

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