Profissionais de Comunicação Interna em 2026 precisam se preparar para uma atuação mais estratégica e relevante nas organizações, mesmo enfrentando um cenário no qual a área não tem seu valor reconhecido.
Dito isso, o que comunicadores internos devem saber e o que devem desenvolver para mudar essa realidade em 2026?
Para falar sobre o assunto, Mariana Figueiredo, diretora da Business Unit de Employee Experience na Portal Publicidade (agência parceira da Dialog), foi a convidada do encerramento da 5ª temporada do Dialog Talks.
Assista ao episódio completo clicando no player abaixo ou escute a versão podcast aqui.
Papel da Comunicação Interna em 2026
O papel da Comunicação Interna em 2026, segundo Mariana, é o de criar importância, tendo uma atuação mais estratégica e menos operacional.
“Essa área [CI] é uma das únicas que consegue conectar a cultura com o negócio e as pessoas. Vejo que é uma área muito estratégica para as empresas, pois tem um olhar de negócio e, ao mesmo tempo, pode calibrar como conversar melhor com o público interno e criar um elo cultural e de engajamento com as pessoas.”
Para 2026, a especialista lista alguns desafios a serem enfrentados de um modo geral pelas organizações, incluindo Comunicação Interna e RH. São eles: mudanças aceleradas por tecnologia e Inteligência Artificial, múltiplas gerações trabalhando juntas, pressão por efetividade e produtividade, inteligência emocional e alinhamento de negócio e cultura.
Olhando para esses pontos e para o fato de que o engajamento move ponteiros em qualquer empresa, Mariana cita 3 papéis que a área pode desempenhar:
- Traduzir a estratégia organizacional para os colaboradores;
- Dar clareza às mudanças e trazer diálogos entre empresa e profissionais para evitar boatos e insegurança;
- Construir vivência e pertencimento.
Habilidades e competências
Tendo em mente esse cenário, quais são as competências e habilidades indispensáveis para um profissional de CI? Figueiredo citou algumas:
- Ser um bom comunicador;
- Ter um olhar estratégico, claro e facilitador da cultura organizacional;
- Ler as pessoas;
- Possuir visão de negócio;
- Usar dados para apoiar decisões;
- Ter empatia e escuta;
- Investir em capacitação contínua;
- Transformar informação em experiência e vivência;
- Dominar de canais de CI;
- Assumir uma postura de liderança e protagonismo.
O que impede o reconhecimento da Comunicação Interna?
Alguns fatores podem impedir o reconhecimento do viés estratégico do trabalho da área de Comunicação Interna, perpetuando o estigma de mero suporte operacional. Alguns exemplos são:
- Falta de métricas e dados do trabalho de CI;
- Comunicação que acontece em via de mão única, com muitos comunicados saindo e pouca escuta ou troca;
- Desconexão entre discurso e prática.
“É um problema não só de Comunicação Interna, porque vemos culturas lindas no papel, mas nem sempre é o que vemos na prática. Então os colaboradores não se identificam com aquela mensagem.”
Trazer o colaborador para o centro das decisões ajuda na missão de mostrar o quão estratégica a CI é, entendendo os diferentes perfis internos e como se conectar com eles, impactando no nível de engajamento da organização.
Tecnologia e Inteligência Artificial
Segundo Mariana, a tecnologia, aliada a ferramentas com IA, possibilita que a “Comunicação Interna aconteça com uma escala muito maior”, possibilitando a segmentação e personalização de conteúdos, o que aumenta a identificação do público interno com o trabalho da área.
Esses pilares permitem que a área chegue nos colaboradores, onde quer que estejam, sem infoxicação (excesso de informações) e direcionando mensagens relevantes para cada público-alvo.
Além disso, adotar esse tipo de plataforma apoia diretamente a mensuração do trabalho da área, ponto citado diversas vezes pela especialista como crucial para a mudança de percepção e do próprio trabalho da Comunicação Interna.
Já sobre a IA, o grande ganho é otimizar tempo e trabalho para que profissionais direcionem esforços para conversas e projetos mais estratégicos.
Anota a dica!
Para finalizar, Mariana Figueiredo compartilhou dicas para profissionais de Comunicação Interna que querem começar o ano já adotando uma postura mais estratégica:
- Pare de pensar em campanhas pontuais e passe a pensar em experiências para o colaborador (continuidade);
- Conheça de verdade os públicos internos;
- Meça tudo que pode;
- Use e abuse de tecnologia e IA;
- Crie espaços reais de escuta;
- Assuma a postura de um agente de estratégia.
FAQ: Comunicação Interna em 2026
- Qual é o principal papel para a Comunicação Interna em 2026?
A área deve assumir um papel mais estratégico, focando em experiências contínuas para o colaborador. - Quais competências serão essenciais?
Conhecimento profundo do público, uso intenso de dados, tecnologia e IA. - O que deve ser evitado na Comunicação Interna em 2026?
Campanhas pontuais e comunicação unilateral; o ideal é criar diálogo e escuta ativa. - Como mensurar resultados?
Medindo tudo o que for possível para comprovar valor e ajustar as estratégias. - Por que a Comunicação Interna em 2026 precisa inovar?
Para ser reconhecida como agente de estratégia, promovendo engajamento real.

Por Marcela Freitas Paes, analista sênior de Marketing (Conteúdo) e editora e Dialog Blog.




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