Se tem uma lição que nós, profissionais de Comunicação Corporativa/Interna aprendemos muito rápido, especialmente quando passamos a ver resultados de engajamento despencarem, é que precisamos falar a língua do público que queremos alcançar.
E não estamos aqui discutindo necessariamente algo regional, relacionado a classes sociais, idiomas e sotaques: são os elementos culturais e de entretenimento que – queiramos nós ou não – moldam a forma como as mais diversas pessoas consomem conteúdo.
Essa é a “língua cognitiva”, digamos assim, com a qual passamos a receber informações por meio dos diversos canais de comunicação a que temos acesso. E se a Comunicação Interna destoa disso trazendo uma linguagem excessivamente corporativa e protocolar, perde feio na audiência para outros meios mais atrativos.
Hoje vamos trazer aqui três sugestões para explorar novas possibilidades em termos de formatos, técnicas e linguagens – mas é tudo a título de inspiração, já que, desde que respeitada a voz da companhia para realizar a comunicação, o céu é o limite.
Séries
Criar conteúdos no formato de vídeo, ainda que bastante curtos, mas seriados, pode ser uma saída criativa para engajar principalmente nas redes sociais corporativas, bem como na TV corporativa e em outros canais em que o formato seja viável.
Uma história bem contada, por si só, de uma campanha, evento ou programa, já adiciona uma boa camada de engajamento. No formato seriado, criam-se expectativas para o próximo episódio, deixando espaço para as pessoas imaginarem continuações possíveis para a narrativa e até gerando um certo burburinho a respeito, algo muito positivo – tudo a ver com a maneira como diversos públicos consomem esse tipo de conteúdo: interagindo com outros “fãs”.
Depois que todos os episódios forem individualmente lançados, pode-se incentivar que o público maratone todos eles para ter uma sensação maior de completude, uma ótima oportunidade para reforçar quaisquer que sejam as mensagens a serem transmitidas com aquela comunicação.
Podcasts
Sim, pode haver uma certa fadiga do formato; mas feito do jeito certo pode ser um hit com as pessoas colaboradoras da sua empresa ou cliente. Estamos falando aqui de janelas estreitas de atenção, visto que, no ambiente de trabalho, nem todo mundo pode ou se sente à vontade para colocar um fone de ouvido e curtir um conteúdo em áudio.
Mas se os áudios forem razoavelmente curtos e trouxerem pessoas que são referência em um determinado assunto para toda a companhia, e ainda se esse assunto tiver pontos de contato com o potencial interesse de muitas pessoas dentro da empresa, você pode ter um programa líder de audiência.
Some-se a isso um roteiro, ainda que simples, direcionado para uma comunicação descontraída e até bem-humorada, interpretada por pessoas que têm aptidão para esse tipo de conversa, e o formato não apenas será muito bem-sucedido, como as pessoas vão passar a pedir para que novos programas sejam produzidos.
Publicidade
Quem disse que uma campanha de Comunicação Interna não merece o mesmo “fator uau” que uma grande campanha publicitária, daquelas dignas de ganhar o Leão de Cannes? Merece, sim! Usar todo o poder de atratividade que anos de desenvolvimento da linguagem publicitária trouxeram para a área da comunicação em geral é imperativo em tempos de grande disputa por alguns segundos de atenção.
Títulos chamativos, slogans inteligentes e um cuidado com a coesão visual e textual da campanha em relação ao conceito (e até trazendo beleza artística nas peças) sinalizam que, mesmo sem precisar “vender” nada e sem existir quem, necessariamente, consuma um produto, desejamos envolver as pessoas em um determinado espírito, como é feito na publicidade moderna para envolver as pessoas consumidoras com a marca.
Preparar uma campanha de Comunicação Interna com a mentalidade publicitária vai garantir que você trate o próprio assunto a ser abordado com um carinho diferente. Vai fazer com que outros atributos daquela ação venham à tona, já que são estes que vão se destacar em relação a outros aspectos mais tradicionais e já batidos de uma campanha de CI convencional.
E por hoje é só, “pe, pe, pessoal”?
De forma alguma. Conforme você e o seu time de CI forem testando outros formatos como stories, áudio, curtas de animação (desenho animado, stop motion!), marketing inbound e todos os seus funis devidamente adaptados ao público, vão perceber que a sua Comunicação Interna estava sedenta por outros ares, vozes e técnicas.
Certamente vai ter uma coisa ou outra que vai pegar melhor com determinado público. Mas a gente nunca vai saber se não tentar! Depois, venha bater um papo pra gente saber o que funcionou e o que não? Vamos adorar manter esse diálogo vivo para fazer a CI seguir evoluindo.
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