Nos últimos meses, não teve uma única reunião com times de conteúdo (seja da agência, seja de clientes) em que a gente não se perguntou como fazer nossa mensagem ter credibilidade.
Afinal, quantas vezes você precisou voltar um post na rede social para ler novamente e ter certeza de que leu aquilo mesmo? E checou se a notícia de uma imagem no Whats realmente existia no portal ilustrado? E explicou para sua mãe que aquela foto que ela mandou era feita com inteligência artificial?
A gente já falou tanto de fake news que parece coisa do passado, mas, nesse caso, o passado é uma roupa que ainda serve muito bem. Para além das fakes news, minha proposta com este texto é que a gente reflita sobre as consequências disso que chamo de crise da verdade.
Estamos desconfiados. Precisamos checar tudo, o tempo todo. Isso é importante e faz parte. Porém, colaboradores também transferem toda essa insegurança para a Comunicação Interna.
- Será que essa informação é verdadeira?
- Posso confiar em minha liderança?
- Okay, meu gestor me falou e me mostrou isso, mas qual é a intenção dele? Será que ele está escondendo o jogo?
- Ah, essa mensagem tá boa demais, não pode ser verdade!
As provas práticas
Com tanta desconfiança, a estrutura das mensagens e a organização das informações precisam de um cuidado extra. Falar que nossas mensagens devem estar pautadas em ações concretas não é novidade. Agora, mais que isso, essas tais ações concretas precisam estar muito bem conectadas às informações que queremos transmitir.
E produzir esse conteúdo fica ainda mais complexo quando os comunicadores precisam considerar as expectativas das áreas clientes e convencê-las da necessidade desses elementos de credibilidade, que devem estar materializados em uma campanha, em uma pauta para canal ou em um discurso da liderança.
Para fazer isso de uma forma mais prática e intencional, peguei emprestado um conceito dos relatórios de sustentabilidade: a matriz de materialidade. Seguindo a lógica de mapear iniciativas concretas dentro de cada pilar, a gente desenvolve isso pensando nos temas de comunicação. Esse exercício pode ser feito olhando para um cenário macro, considerando todas as mensagens-chave prioritárias da organização. E funciona melhor ainda se desenvolvido caso a caso, olhando para cada tema demandando no dia a dia.
Inverter a direção do olhar
O principal movimento que eu recomendo é inverter o nosso olhar.
Normalmente, ao produzir um texto, a gente pensa em sua estrutura técnica e vai preenchendo as lacunas: Quem? O quê? Onde? Como? Quando? Por quê?
Inclusive, já falei anteriormente sobre desapegarmos um pouco dessa lógica, e hoje proponho um outro caminho:
- Antes de organizar as mensagens-chave, mapear as provas daquele tema.
- Com as provas listadas, será possível entender o quanto aquele tema está materializado na empresa.
- E, com essa visão completa, fica mais fácil estruturar a mensagem-chave.

E, particularmente, isso funciona melhor para mim em forma de tabelas; o que vamos chamar de Matriz de Materialidade.
Vamos usar 3 temas como exemplo: Diversidade, Segurança e Sustentabilidade.
1. Nossa matriz começa com essa escolha de temas a serem mapeados.

2. Vamos mapear ações, projetos, iniciativas e elementos que materializam esse tema dentro da empresa. (Não vamos pular etapas e já escrever uma mensagem-chave bonita. Uma coisa de cada vez!)

3. Finalmente, é hora de entender qual é a mensagem concreta, comprovada nas práticas da organização, e dar forma a ela.

Portanto, ao mapear as ações práticas antes de já sair escrevendo, fica mais fácil entender qual é a mensagem-chave que a gente pode compartilhar sobre aquele tema. É como buscar a essência do conteúdo antes de dar uma forma para ele.
Importante lembrar
Não adianta essa matriz existir se a gente não der visibilidade a ela. Como fazer isso? Os elementos práticos – as provas – precisam aparecer em nossas mensagens. Mais uma vez, a tabela é útil, já que ela permitirá enxergar todas as práticas relacionadas aos temas, facilitando a escolha de qual prova pode ancorar aquele material que você está produzindo.
(A estratégia para isso deve ser pensada com calma. Para cada público, uma prova pode ser mais relevante, ou estar mais perto do seu dia a dia de trabalho. Então, escolha as provas que mais conversam com o público final daquela mensagem.)
Confiança como consequência
Quando os colaboradores receberem a mensagem, ela não será apenas um texto envolvente e inspirador. Ela trará práticas sobre aquele tema no dia a dia da empresa, nas decisões, nas políticas e nos projetos. Isso traz mais credibilidade ao conteúdo que comunicamos e gera confiança nos colaboradores, porque eles verão essas práticas presentes em suas jornadas. A mensagem fica palpável, se materializa e ganha essa camada de veracidade.
Se precisar de ajuda ou moderação para esse processo, a Supera Comunicação pode auxiliar você.


O texto acima foi produzido por um parceiro Dialog, tendo seus direitos reservados. A Dialog não se responsabiliza pelo conteúdo deste artigo, sendo de inteira responsabilidade de seus autores.
0 comentários