Tanto líderes quanto influenciadores internos podem ser grandes aliados da Comunicação Interna, mas como treinar esses públicos para isso?
Essa foi a pergunta que guiou a terceira aula da Semana do Planejamento da Comunicação Interna, que teve como palestrante Pâmera Ferreira, gerente de Pesquisa e Inteligência na P3K Comunicação.
Ela possui 18 anos de experiência e uma carreira construída com foco no desenvolvimento de estratégias de Comunicação Interna e Endomarketing, envolvendo diagnóstico, planejamento, implantação, mensuração, monitoramento de planos de comunicação e engajamento, campanhas, eventos, bem como programa de desenvolvimento de liderança comunicadora e de influenciadores internos.
Além da aula, a Dialog criou um conteúdo prático complementar: um manual de boas práticas para trabalhar a liderança comunicadora e os influenciadores internos. Você pode assistir à transmissão e baixar o material clicando neste link.
Liderança comunicadora e influenciadores internos
Liderança comunicadora e embaixadores internos são duas prioridades para a Comunicação Interna. Engajar o primeiro público, por exemplo, é o maior desafio da área há 9 anos, segundo um estudo da Aberje e da Ação Integrada. Além disso, 72% das empresas pretendem alocar, manter ou até mesmo aumentar investimentos para programas de influenciadores.
E por que contar com o apoio da liderança é tão importante? A pesquisa da Aberje mostrou que 4 das 6 formas mais efetivas de fazer CI têm líderes envolvidos; enquanto um estudo de TJ Larkin mostra que colaboradores se lembram 9 vezes mais da informação que ouvem de líderes em comparação às mensagens propagadas por canais formais.
Já os influenciadores internos agregam valor à estratégia de CI por representarem uma comunicação mais próxima, feita de colaborador para colaborador. Segundo a Eldeman, inclusive, 80% dos respondentes confiam em pessoas comuns, próximas de sua realidade. Além disso, um dado da Social Media Today aponta que conteúdos compartilhados por funcionários geram, em média, 8 vezes mais engajamento do que aqueles compartilhados pela marca.
Pâmera explica que a comunicação, quando feita de pessoa para pessoa, gera mais autenticidade, veracidade e engajamento.
A gerente deu dicas práticas de como engajar e preparar tanto a liderança como fonte comunicadora quanto um programa de influenciadores ou embaixadores internos. Abaixo, compartilhamos os principais insights:
Liderança comunicadora
Afinal, como mostrar a importância da comunicação entre o líder e a equipe para o negócio? Se ainda não estão convencidos do poder dessa relação, Ferreira mostrou números importantes.
“Quando a gente tem uma liderança que atua como comunicadora e realmente contribui para o alinhamento e a mobilização dos times em busca dos objetivos do negócio, do fortalecimento da cultura e da marca empregadora, a gente tem essa fluidez na comunicação. (…) Quando a gente não tem [o envolvimento das lideranças], principalmente o envolvimento dos gestores que ficam mais ligados à base, temos um gap! Imagine todas as comunicações e informações mais estratégicas: como elas vão chegar na base? A gente precisa que essa liderança faça fluir essa comunicação e traduza [a mensagem] de forma que todos da organização consigam enxergar os rumos [da empresa] e o que precisam fazer para alcançar os objetivos”, explicou.
E quais são os gargalos nas organizações quando o assunto é liderança comunicadora? Pâmera mencionou 4:
- Inacessibilidade e falta de comunicação com gestores seniores;
- Falta de informação sobre o negócio;
- Falta de comunicação sobre acontecimentos, objetivos da empresa e celebração de conquistas;
- Inacessibilidade das lideranças.
A profissional foi objetiva: não há engajamento sem comunicação, e não existe comunicação eficaz sem a liderança!
Para capacitar e sustentar o engajamento da liderança nesse processo de comunicação, Pâmera citou 3 pilares: empoderamento, capacitação e instrumentalização.
Além disso, ela compartilhou um passo a passo para criar um plano a fim de desenvolver e preparar uma liderança comunicadora. Anote aí!
- Admita que a liderança não é um canal de comunicação e sim o elo entre colaboradores e organização;
- Realize um diagnóstico da liderança comunicadora (identifique oportunidades de melhoria, quais habilidades devem ser desenvolvidas etc.);
- Empodere a liderança (mostre a importância e números);
- Desenvolva a trilha de capacitação da liderança (workshops, palestras, vídeos, mentorias etc; isso pode ser feito em parceria com o time de DHO/RH);
- Instrumentalize e apoie a liderança no processo de comunicação líder-equipe;
- Momentos: Alinhamentos temáticos, reuniões de liderança, encontro de líderes, convenções etc.
- Canais: Newsletter, espaço exclusivo na internet/rede social corporativa/plataforma de CI, entre outros.
- Monitore e mensure os resultados (pesquisa ou diagnóstico de CI, pesquisa de clima, avaliação de desempenho etc.).
Influenciadores internos
A representante da P3K afirmou que pessoas produtoras de conteúdo aumentam o engajamento e o alcance na internet. Por que, então, não aproveitar essa estratégia dentro das organizações?
Para que isso seja possível, é necessário identificar, capacitar e sustentar o engajamento dos influenciadores internos. Nesse sentido, Pâmera compartilhou um benchmark feito pela agência sobre o tema. Você pode acessar o conteúdo gratuitamente clicando no link.
Ela também citou o passo a passo para criar um programa de influenciadores internos, frisando a importância de começar pela definição de responsabilidades.
“Esse é o principal ponto de partida e define todo o processo de governança do programa, porque todo o resto depende dessa definição. Ah, eu quero que o influenciador só atue para dentro? Ele vai ser um construtor de conteúdo, vai me ajudar na disseminação junto aos colegas? Será um agente de engajamento? Vai me ajudar nas ações que realizo internamente? Quais serão as responsabilidades dele? Porque tudo isso determina como faremos a seleção, a capacitação e o engajamento desse time”, contextualizou.
Confira a jornada:
- Identifique os objetivos e estabeleça papéis e responsabilidades;
- Determine como será feita a seleção;
- Lideranças indicam;
- Por inscrição anual;
- Por engajamento;
- Por matriz de influência.
- Planeje como será a integração e a grade de capacitação;
- Apoie e instrumentalize os influenciadores (campanhas e ações em primeira mão, missões periódicas, canais exclusivos, reuniões específicas etc.);
- Acompanhe, monitore e mensure resultados;
- Reconheça os influenciadores;
- Defina como será a renovação.
Para finalizar, Pâmera compartilhou um case especial da Coop, rede de supermercados que é cliente da Dialog e da P3K. Em 2024, a empresa lançou um programa de influenciadores internos que fez muito sucesso! Para saber detalhes desse case, basta acessar o link da masterclass e ir até o minuto 44:44.
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