2024 está chegando ao fim e quem viveu sabe! Um dos principais pontos de Comunicação Interna neste ano foi o envolvimento dos colaboradores na construção de narrativas organizacionais.
Não à toa. Esse envolvimento – e protagonismo – contribui exponencialmente para o sucesso de uma empresa a médio e longo prazo, seja em termos de produtividade, confiança, criatividade ou pertencimento.
O jornalista e professor de conteúdo e storytelling Murillo Leal, Top Voice no LinkedIn, alerta: “Se a história da sua empresa não está sob seu controle, alguém já está moldando essa narrativa por você”.
Afinal, sem muito esforço, as histórias já começam a ser construídas – e compartilhadas – desde o dia 1 de um novo colaborador na empresa. Porém, quando a informação circula de forma adequada, a famosa rádio peão perde a força e credibilidade.
Assim, surge a necessidade de convidar o colaborador para protagonizar essa comunicação de forma intencional, estratégica e, claro, mais controlada.
Super-heróis de crachá
A tradição de ouvir e contar histórias é milenar e tem o poder de conectar as pessoas, tornando-se um ativo essencial para transformar uma comunicação comum em algo genuíno e memorável.
Assim como toda história tem protagonistas, a Comunicação Interna tem os colaboradores, que ajudam a materializar a missão, o propósito e os valores institucionais no dia a dia. E, para auxiliar nesse processo, não há outra saída senão contar uma boa história!
Já dizia Priscila Perez, jornalista do Centro de Estudos da Comunicação: “Ao contrário da literatura contemporânea, as histórias mais poderosas não são aquelas protagonizadas por super-heróis, mas sim as narradas por pessoas comuns – especialmente quando se trata de Comunicação Interna”.
E vale reforçar: histórias poderosas não são aquelas hollywoodianas e mirabolantes. Para a nossa sorte, são nas histórias cotidianas que as pessoas mais se inspiram e se identificam, conseguindo, assim, estabelecer uma conexão real e profunda com o que está sendo comunicado.
Para te convencer a investir esforços e energias em narrativas organizacionais protagonizadas por colaboradores, segue trecho de um estudo realizado por Diana Tamir, do Laboratório de Cognição Social e Neurociência Afetiva da Universidade de Harvard: “Partes do cérebro ligadas ao prazer são ativadas quando uma pessoa fala sobre si mesma. Seja do seu gosto por chá ou café ou se são curiosas e ambiciosas. A mesma parte é ativada por comida, sexo, dinheiro e drogas”.
Se as pessoas gostam tanto de falar sobre si mesmas, por que não aproveitar essa oportunidade para construir narrativas organizacionais diversas? Bingo!
Falando em diversidade…
Nós, como comunicadores, trabalhamos diariamente na construção de discursos e narrativas; portanto, temos o poder de ajustar informações e escolher os protagonistas.
Em um mundo plural, a Comunicação Interna precisa refletir os diversos perfis e vozes que a compõem. É preciso dialogar com pessoas de diferentes hierarquias, gêneros, raças, orientações sexuais, idades, áreas de atuação, etc.
Permitir que as pessoas se enxerguem nas narrativas organizacionais, ao compartilharem as dores e delícias de serem quem são, tem um impacto duradouro no pertencimento e contribui para a construção de uma cultura mais humanizada e sólida – que não significa estática, ok?! 😉
Representatividade gera conexão emocional, que gera engajamento. No fim do dia, não é isso o que todos queremos?Mas cuidado! A narrativa interna precisa ser coerente com a realidade organizacional. Sabemos que, hoje em dia, não há mais fronteiras tão bem estabelecidas entre Comunicação Interna e Externa, então fica a dica.
História não é coisa de criança
“Não há quem goste de ser número, gente merece existir em prosa.”
Edson Pavoni, artista paulistano.
Investir no protagonismo é investir no potencial humano da empresa criando narrativas mais inspiradoras e inovadoras e, de quebra, ainda retendo talentos.
E digo mais! Quando se trata de narrativa organizacional, conhecer o público interno é inegociável. Isso não significa saber apenas nome e área, mas, sim, os gostos, interesses, sonhos, rotina, hábitos de consumo, motivadores, etc. Não há benefício ou escritório instagramável que salve um comunicado frio, genérico e sem gancho de atratividade. Por isso, devemos considerar todas as subjetividades que perpassam o processo de comunicar.
A comunicação precisa circular onde as pessoas estão. Não se faz CI sentado na cadeira e debaixo do ar-condicionado. Calce o tênis, erga as mangas e circule! O colaborador não está disponível 24/7, apenas esperando o nosso comunicado. Nós é quem temos que conquistá-lo e trazê-lo pra protagonizar nossas narrativas! Se o interesse é nosso, estabeleça um processo ativo de busca e escuta com as pessoas. Nem sempre – quase nunca – o empregado sabe o que você quer que ele faça. Então não faça CI por fazer. Faça para dar certo!
Por fim, mas não menos importante: a direção é mais importante do que a velocidade. Lembre-se disso na hora de planejar e construir a sua narrativa organizacional de 2025!
O texto acima foi produzido por um parceiro Dialog, tendo seus direitos reservados. A Dialog não se responsabiliza pelo conteúdo deste artigo, sendo de inteira responsabilidade de seus autores.
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