A Dialog participou da 48ª edição do CONARH, maior congresso de RH do Brasil e da América Latina. Acompanhe aqui no hub de conteúdo da Dialog nossa cobertura especial dos melhores momentos dos três dias de evento!
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Dia 1 (18/04)
Priorizar a satisfação dos colaboradores está transformando as empresas (Marcelo Ramos | Swile)

Em uma das primeiras palestras do CONARH 2022, o Senior VP LATAM na Swile, Marcelo Ramos, aborda um dos assuntos mais importantes da agenda de RH: o engajamento dos colaboradores e suas consequências. O executivo propõe uma reflexão sobre a satisfação das pessoas, que deve ser responsabilidade da empresa. Ele ainda compartilhou 5 impulsionadores dessa satisfação:
- Segurança (psicológica, física e financeira): Salários competitivos, benefícios, subsídios, canal de denúncia.
- Comunicação/alinhamento: Plano de carreira explicito, feedbacks verdadeiramente claros, projetos e desafios, financiamento de estudos, treinamento das lideranças.
- Relacionamento interno e estima: Rituais dos times e da empresa, onboarding e offboarding, 1:1, pesquisas internas e ferramentas de comunicação.
- Entendimento do seu consumidor: Pesquisa de clima, celebração dos resultados, feedbacks bem estruturados, respeito ao tempo fora do trabalho, como está a microgestão? (“errar pequeno para acertar grande“)
- Processos: Processo seletivo refinado, identifique os símbolos da cultura, os heróis da cultura, a missão está apenas na parede?
Pense como um futurista: como transformar tendências em resultados tangíveis (Elatia Abate)

A futurista foi a palestrante da primeira aula magna do dia e explicou sobre as mudanças e quebras de paradigmas que o mundo está passando, focando em 3 pontos: deixamos de falar “ou” e passamos a focar no “e”, saímos da escassez/centralizado para um cenário de abundância/democratizado e, por fim, saímos do linear e vamos para o exponencial. Ela finaliza com pontos que devem estar no radar de qualquer RH para lidar com o futuro, que já está aqui.
- Saúde do cérebro = prioridade #1
- Diversidade não é mais negociável
- Trabalho assíncrono se torna normal
- Aprendizado contínuo
- O planeta se torna fonte de talento
Como potencializar a experiência do colaborador? Do preboarding ao offboarding (Danila Ferreira, Coca-Cola | Genesson Honorato, OLX Brasil)

Os palestrantes falaram sobre a importância do employer branding focado nas pessoas e não apenas no marketing externo. Como métrica a ser acompanhada, Genesson cita o Employee Lifetime Value, que representa o valor líquido total ao longo do tempo que um funcionário traz para uma organização.
E como criar esse ciclo do colaborador? Refletindo qual é o tipo de funcionário e cliente que a empresa quer. Ao entender a organização, é possível entender a proposta de valor, que deve ser central.
“Para mexer na experiência (do colaborador), precisa mexer na estrutura”, finaliza Honorato.
ESG: liderança com propósito para transformar o mundo (Maitê Leite, Santander | Marcelo Araújo, Ultrapar | Ruben Fernandes, Anglo American)
Os executivos foram categóricos: ESG passou a ser o centro da estratégia organizacional e precisa estar ligada ao propósito da empresa. Organizações precisam “buscar o melhor para a sociedade”.
“Essa sopinha de letrinha está cheia de desafios. Os maiores estão no S”, afirmou Araújo.
A COO do Santander enxerga o ESG como diferencial na atração e retenção de talentos e explica que as empresas (e lideranças) que querem lidar com a agenda precisam “se aproximar das realidades que querem transformar”. Ela ainda cita a importância da comunicação nesse processo.
Novos modelos de organização do trabalho (Amy Kates | Accenture)
A profissional afirmou que todas as estratégias de crescimento criam tensão na organização. E o RH designa a tomada de decisão para as áreas que possuem essa alta tensão.
Amy compartilhou 5 dicas para o sucesso:
- Trabalhe com o negócio, não para ele
- …Mas a tomada de decisão é do líder sênior
- Não pule o diagnóstico
- Programa de governança claro e coordenado
- Tudo é uma intervenção

Empresas Humanizadas – Como transformar as empresas com ênfase no humano (Pedro Paro | Humanizadas, Mafoane Odara | Meta e Estevan Sartoreli | Dengo Chocolate)

Você sabia que 61% dos stakeholders das empresas são millennium e geração Z? Para a líder na Meta, a individualidade importa muito e que, para empresas humanizadas, é preciso reaprender a aprender. Além disso, ela fala da tecnologia, que deve ser meio de construir relações, não fim.
Os palestrantes também falaram sobre a diferença entre empatia e compreensão (sentimento e ação), como vivemos a era do significado: “Nunca se falou tanto em propósito porque nunca se faltou tanto propósito na vida”, comentou Pedro Paro.
E assim terminou o primeiro dia de Dialog no CONARH 2022. Conte nos comentários qual foi sua parte favorita! 🙂
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Dia 2 (19/04)
Cultura e experiência do colaborador: Como o foco em pessoas e inovação pode impulsionar a cultura e performance nas empresas (Karen Fletcher e Lucas Fernandes | Caju)

No segundo dia de Dialog no CONARH, os representantes da Caju falaram sobre o aumento da relevância de EVP e Employer Branding, que tem o potencial de tornar a empresa única. Além disso, eles afirmam: a área de Pessoas e a liderança tem papel crítico para alavancar experiências. Como exemplo prático, citaram a comunicação, que resulta em mais velocidade e menos perdas.
Propósito e valor percebido nunca foram tão conectados. A visão é o fator que realmente motiva as pessoas.
Grandes Mudanças: Ampliando Horizontes na Capacitação e Gestão de Pessoas (Scott Cawood | World at Work)

O primeiro palestrante do auditório principal, Scott Cawood (CEO da World at Work) deixou insights valiosos para os profissionais de RH, como:
- O impacto da inteligência artificial na força de trabalho será poderosa: a pandemia acelerou mudanças, mas a sociedade sempre encontro um jeito de absorver os pontos positivos e enfrentar desafios;
- Desde 2017, 40% de novas habilidades surgiram nas descrições de vagas;
- Até 2050, 50% da força de trabalho precisará passar por requalificação.
Liderança, Diversidade Cognitiva e Alfabetização do Futuro (Grazi Mendes, ThoughtWorks | Denis Chamas, Nestlé)

A diversidade foi pauta principal no painel. Mendes explicou que muitas empresas falam que promovem palestras sobre o tema, mas que nada muda, porque não é suficiente, é preciso incluir o assunto na estratégia organizacional.
“Existe conforto na homogeneidade, mas a gente só aprende na diversidade”, afirmou Grazi Mendes.
O gerente da Nestlé explicou que é necessário “ter fome” de trazer a diversidade pra empresa e que, para planejar o futuro, é preciso ter plena consciência do que acontece no presente.
Upskilling, Reeskilling e Lifelong learning (Lisiane Lemos, Google | Luciano Rodrigues, Thales)

Você sabe a diferença dos termos? A gerente do Google faz uma analogia com peças que se encaixam: upskilling é a construção do prédio com essas peças, o reeskilling é incluir peças diferentes, ampliando seu mundo de peças e o lifelong learning é o universo com todas as peças usadas ao longo da vida.
Sobre como criar uma cultura de aprendizagem, os convidados afirmaram que não há receita pronta, mas compartilharam pontos de atenção/dicas:
- a forma que a aprendizagem antes da pandemia era diferente do agora;
- colaboradores tem diferentes formas de aprender e empresa precisa entender isso;
- as diferentes formas de comunicar e unir as várias formas de aprendizado;
- incluir a liderança, usá-los como influenciadores.
- pegar partes de reuniões para usar para pílulas de aprendizado.
O impacto da liderança e o mundo BANI (Jamais Cascio)

O conceito VUCA já ficou para trás. Agora, o mundo é BANI: Brittle (frágil), anxious (ansioso), nonlinear (não linear) e incomprehensible (incompreensível). E como lidar com ele? Segundo o escritor: com resiliência, empatia, com improvisação e na intuição. E a liderança nesse mundo precisa:
- Se preparar para o inesperado
- Reconhecer a humanidade compartilhada
- Imaginando possibilidades
- Prestando atenção nos detalhes
O Caminho para uma Cultura de Felicidade e Sucesso (Carla Furtado, Instituto Feliciência | Ricardo Costa, Grupo Bernardo da Costa)

A executiva afirma: o bem-estar do colaborador deve ser encarado como função e valor estratégico das organizações. Pensando na agenda ESG, o cuidado com saúde mental está (ou deveria estar) na mesa de tomadas de decisão. Para justificar isso, Furtado compartilhou dados assustadores:
- O custo com distúrbios mentais podem pular de 2 para 6 trilhões de dólares entre 2010 e 2030;
- Quase 30% do valor pago pelo INSS é devido à depressão.
- Para a OMS, em 2030, o estresse com o trabalho será a principal causa da depressão.
Quando empresas querem tratar do tema de saúde mental: “É preciso ir além do menu do autocuidado, é preciso olhar para cultura e liderança”, afirmou Carla. E como fazer isso? Ouvindo as pessoas e trabalhando no engajamento.
Liderança Humanizada como alicerce para times de alta performance: amplie sua visão sob o capital humano e gere mais resultados (Paulo Avarenga | Mastersoul)
Na reta final do segundo dia de Dialog no CONARH, a liderança foi protagonista. Segundo a HBR, 75% dos funcionários afirmaram que a liderança constitui a pior parte do seu trabalho e 65% aceitariam um salário menor se seu superior fosse substituído. O CEO da Mastersoul deu a palavra: a liderança precisa de agilidade emocional. Para ele, a cultura organizacional é resultado dos comportamentos dos líderes do presente e do passado.
O executivo ainda falou sobre a relação direta entre segurança psicológica e performance.

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Dia 3 (20/04)
Diversidade e o impacto nos negócios (Ana Fontes | Rede Mulher Empreendedora)

No início do terceiro dia da Dialog no CONARH, a fundadora falou sobre a diversidade e o cenário atual, que ainda está longe do ideal. Focando em gênero, a executiva compartilhou dados alarmantes, como:
- 25% dos cargos de liderança no Brasil são ocupados por mulheres
- A média da presença de mulheres nos conselhos brasileiros é de apenas 9,4%
Ela ainda fala sobre como a meritocracia só é possível quando todos partem do mesmo ponto, caso contrário, é privilégio. Sobre os negócios, hoje metade das PMEs no Brasil são lideradas por mulheres. Para Fontes, diversidade é uma jornada e é preciso promover mudança de cultura e engajamento da alta liderança.
“Diversidade não é sobre supremacia. é sobre direitos humanos e justiça social”.
RH Ágil (Ana Spieker | TOTVS)

A profissional compartilhou 6 princípios do manifesto ágil na área de RH: engajamento, adaptabilidade, autonomia, motivação, confiança e diversidade. Já falamos aqui sobre o conceito de RH ágil, indicamos a leitura!
Comunicação com transparência (Rafael Godoi | OiTchau)
Você sabe qual a diferença entre informação e comunicação? A primeira não precisa do feedback, do retorno do receptor. Seguindo essa linha, comunicar com transparência gera produtividade. Segundo o palestrante, os ganhos de trabalha com informando (e se comunicando) em tempo real são:
- Análise
- Dinamismo
- Rapidez, evitando retrabalho
- Eficiência no trabalho de decisão.
Quem é seu RH na transformação digital nas empresas? (João Altman | VR)

O representante da VR ressaltou a importância da transformação cultural no processo, como a mudança de mentalidade é necessária (e que a inovação é resultado natural). Como etapas/pilares dessa transformação, João cita consultoria, trilha de aprendizados, agilistas, dashboard, comunicação & pesquisas. Ele comenta sobre o foco e a metrificação do engajamento, algo que já acontece na empresa.
“Quanto mais tecnológica é a base da gestão, mais focada em gente tornamos a atuação da área de Pessoas”
O Brasil do Futuro: Perspectivas e Desafios com Pessoas (Celso Niskier, Fabio Barbosa, Marcus Vinícius Simões de Freire e Wanda Engel)

Na última palestra do CONARH 2022, o futuro foi protagonista. Pela perspectiva social, Wanda Engel compartilha o que pode ser feito pelo Brasil do futuro:
- Expansão de programas voltados a oportunidades de inclusão para jovens de ensino médio;
- Mudança na forma de recrutamento (parcerias com escolas e ONGs
- Programas de treinamento
- Criação de programa de mentoria
Já o empresário Marcus Vinícius Simões falou sobre os criadores de conteúdo e como todos já são publishers. Ele ainda falou sobre tendências que já são realidade, como apps, trabalho não presencial, fintech etc. Como provocações aos RHs, Simões descreve as novas gerações e profissões como:
- não exclusivos ou vários contratantes
- tem startup ou projeto em paralelo
- os que sobrem na empresa querem equity, participação nas empresa: querem trabalhar COM você, não PARA.
- veloz, com crescimento rápido e idade média baixa
- educação: informal e responsabilidade do mercado
- nômades digitais (home office e salários em diferentes moedas)
Termina assim a nossa cobertura do CONARH 2022! Gostou? Deixe seu comentário 🙂

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