A pandemia certamente trouxe à tona temas que sempre tiveram importância nas empresas, mas que – por algum motivo – não tinham a visibilidade necessária ou até mesmo eram vistos como tabu ou algo sem importância. Dois exemplos claros disso são: a saúde mental e o bem-estar dos colaboradores.
Em junho de 2021, o Talenses Group – holding brasileira com soluções completas de recrutamento e seleção – em parceria com a Fundação Dom Cabral, divulgou uma pesquisa com mais de 500 profissionais de diversos setores, como indústria e tecnologia. Foram revelados dados sobre a intensificação dos transtornos mentais nas pessoas e o quanto o ambiente de trabalho e a pandemia influenciaram neste cenário.
Buscando entender como a saúde mental e o bem-estar são vistos e tratados dentro das empresas atualmente, conversamos com o CEO da Talenses Executive, João Marcio Souza, no nono episódio do Dialog Talks.
Você pode conferir a entrevista completa clicando no play.
Bem-estar do colaborador: atenção às gerações Y e Z
Na pesquisa, 74% dos respondentes afirmaram que a pandemia contribuiu para prejudicar a saúde mental em algum grau. Esse impacto atingiu diferentes gerações, mas de formas diferentes.
“O que chamou a atenção na pesquisa inclusive foi que as gerações Y e Z – ou seja, as gerações mais novas que vêm entrando no mercado de trabalho – se destacam muito porque afirmam que o impacto foi muito maior, se comparado às gerações X e Baby Boomer”, comenta João.
Entretanto, o executivo não se mostrou chocado com o alto percentual, pois “os temas ligados à saúde mental, como ansiedade, burnout, depressão e pânico já vinham sendo debatidos, discutidos, diagnosticados e tratados. O que a pandemia fez acelerar exponencialmente todas essas patologias”.
O ambiente de trabalho também deve ser relacionado ao bem-estar do colaborador, afinal a pandemia acelerou o conceito do trabalho em qualquer lugar (“office anywhere”) e redefiniu os rituais corporativos.
“A partir de agora, o desafio das organizações vai ser a ressignificação em relação ao propósito, missão, visão e valores, a revisão da sua cultura organizacional”.
Uma nova consciência para encarar o problema de frente
A pesquisa ainda mostrou um comparativo dos transtornos mentais apontados pelos respondentes entre 2019 e 2021. A crise de ansiedade era apontada por 49% dos respondentes, há dois anos, e hoje o índice subiu para 69%. Quando olhamos para burnout, a porcentagem pulou de 35% para 44%.
O CEO avalia o aprendizado nesse preocupante cenário. “Se tem um lado bom dessa história, é que há a criação de uma consciência sobre o problema. Deixa de ser um tabu e passa a virar pauta e agenda nas empresas”.
Sob o ponto de vista das empresas, João cita duas categorias: as grandes corporações globais, que olha as políticas de RH de maneira mais global e integrada, considerando as diferenças culturais. E as companhias locais, que podem ter ou não uma governança madura.
“Eu entendo que as empresas que já estavam em um grau de maturidade maior, uma governança mais desenvolvida… elas foram muito mais ágeis em não só lidar com o problema, mas também acolher o problema”.
No caso das que não possuem essas políticas estruturadas, há uma disparidade em relação ao tema [saúde mental e bem-estar]. De qualquer forma, o executivo é categórico: todas já receberam o alerta.
Os papéis da liderança, RH e CI no bem-estar do colaborador
O papel dos líderes em relação à saúde mental e ao bem-estar da equipe é vital.
“Tenho uma frase que pratico muito na minha carreira profissional, com os meus liderados, que são muitos: (…) ‘Líderes direcionam a cultura e a cultura direciona todo o restante’. Então, se a liderança não se apropriar desse tema e não der o exemplo, isso não é percebido como valor para os colaboradores em geral. E se não é percebido como valor corporativo, isso não é praticado”.
Já o RH tem um papel estratégico de business partner há certo tempo, afirma João. “É uma área que tem a estratégia na mão, tem dinheiro para fazer as coisas em muitos casos, algumas não tem, mas faz do limão a limonada. E é uma área que realmente tem voz ativa, e muito”.
Na parte de comunicação, o executivo comenta sobre o fato de que muitos RHs têm a CI acoplada e, partindo desse princípio, ambas as áreas têm papel na influência sobre qualquer tema, inclusive saúde mental e bem-estar dos colaboradores. Além disso, é preciso saber comunicar as ideias e ações relacionadas ao assunto.
Digitalização, saúde e bem-estar
“A digitalização das coisas, além de tirar da nossa mesa tarefas muito operacionais e braçais, você passa a ter uma eficiência ou uma produtividade na utilização do seu tempo muito maior”
Essa otimização do tempo, segundo ele, impacta diretamente na saúde mental, pois abre espaço para mais atividades prazerosas. E essa percepção de maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional gera a sensação de bem-estar e, consequentemente, uma melhor saúde mental.
O Dialog – em parceria com o Talenses Group – preparou um material especial sobre saúde mental e bem-estar, com mais informações sobre a pesquisa realizada, além de dicas práticas sobre o tema.
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