A pandemia causou grandes disrupções dentro das organizações: novos modelos de trabalho e novas formas de engajar à distância são exemplos disso. Mas como a cultura organizacional tem sido impactada nesse cenário?
Uma coisa é certa: daqui para frente, muitas empresas terão de rever objetivos, estratégias e metas para essa nova realidade que conversa diretamente com as áreas de Comunicação Interna e RH.
Segundo a pesquisa Gente em Perspectiva, realizada pela Falconi, 27% dos respondentes afirmam que precisam revisar os planejamentos estratégicos e 21% precisam construir um trabalho de cultura organizacional.
As empresas precisam se mobilizar rapidamente para responder aos desafios impostos pela pandemia sob “circunstâncias altamente complexas e atípicas”. É o que destaca Cynthia Provedel, professora da Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial) e ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
“Minha impressão é que as empresas cuja cultura é clara, consistente e um verdadeiro alicerce para a estratégia tiveram maior alinhamento interno e, portanto, agilidade no processo de tomada de decisão”.
Segundo Cynthia, mesmo aquelas organizações que já vinham trabalhando sua cultura organizacional antes da pandemia passaram por desafios e dificuldades, precisando, assim, buscar soluções.
“Sobre o impacto na cultura, a instabilidade dentro e fora das organizações é uma realidade. Precisamos reagir com sabedoria e prontidão ao que acontece em nosso entorno e compreender que os desafios a partir de um contexto de inúmeras mudanças e incertezas demandam um exercício de repensar a cultura organizacional de forma contínua.”
Para isso, deve haver um movimento estruturado e intencional, a fim de analisar se a cultura corresponde e suporta o enfrentamento do contexto vivido ou se há necessidade de ressignificar comportamentos, valores e formas de trabalhar.
“A fim de estarmos não apenas preparados para os desafios concretos, mas, principalmente, para avaliar de forma diligente se estamos adotando práticas que contribuam para a saúde organizacional e dos sujeitos que dela fazem parte, a partir de comportamentos e experiências funcionais”, argumenta.
Além do contexto em constante mudança, a especialista afirma que é importante lembrar que somos cada vez mais chamados a fortalecer culturas participativas e inclusivas, em que as pessoas tenham vez e protagonismo, na qual sintam que seus valores estão ali representados.
E o que o futuro reserva para a cultura organizacional?
Sobre o futuro da cultura organizacional em um cenário pós-pandemia, Cynthia comenta sobre o estudo realizado pela Falconi e avalia que algumas organizações perceberam como ela pode ser “um alicerce relevante e norteador num contexto de incerteza”.
Ela ainda ressalta a importância de buscar efetividade nos resultados e que qualquer trabalho feito sobre o tema deve levar em conta a complexidade da cultura organizacional.
Além disso, a professora ainda pontua o fato de que os colaboradores se lembrarão da postura da empresa durante a pandemia e serão capazes de identificar discrepâncias entre a cultura organizacional e as ações/decisões tomadas.
Nesse caso, “será necessário um resgate de confiança e/ou até um processo de revisitar a cultura e analisar se ela corresponde e suporta o enfrentamento do contexto vivido ou se há necessidade de ressignificar comportamentos, valores e formas de trabalhar, a fim de enfrentar os desafios vigentes”.
De acordo com Roberta Bicalho, senior advisor da Falconi, a cultura organizacional de uma empresa é determinada pela liderança e/ou donos e, por esse motivo, “é de extrema importância que eles estejam comprometidos com essa transformação e que a área (RH) mostre sua relevância e os benefícios que as mudanças trarão para a companhia”.
Por que olhar para a cultura organizacional agora?
Ela sempre foi importante, mas – como citado no começo deste artigo – muitas companhias só viram verdadeiramente seu valor em meio a pandemia.
Nesse novo cenário, recomendamos a leitura do nosso material, que também contou com a participação de Cynthia Provedel, sobre melhorar a cultura organizacional e engajar times operacionais com ela.
Para Olivier Elst, diretor e head de Risco e Garantia da KPMG Bélgica, as organizações “estão operando em um clima de volatilidade e incerteza. Em tal ambiente, cultivar uma forte cultura corporativa é fundamental e está no topo da agenda dos líderes”.
De forma prática, o Dialog contribui com as empresas sendo um amplificador da cultura organizacional para os colaboradores – estejam eles no escritório, em casa, em pontos de venda ou no campo. Como uma rede social corporativa que integra serviços de RH, a organização pode reforçar por meio de diversos recursos da plataforma como a cultura organizacional é posta em prática.
Essa comunicação transparente cria e reforça uma relação baseada na transparência entre empresa e colaborador, que enxerga com clareza a cultura e como ela é permeada no cotidiano. E, é claro, essa confiança naturalmente gera mais engajamento e resultados para o negócio.
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