O papel da Comunicação Interna para agregar valor à experiência das pessoas
O relacionamento e as expectativas que as pessoas colaboradoras têm com as empresas em que trabalham estão em constante mudança. As transformações são diversas, desde a repriorização de aspectos atrelados à saúde e qualidade de vida, até novas perspectivas tratando-se de flexibilidade e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
A flexibilidade é um aspecto que parece ser um denominador comum nos ambientes de trabalho multigeracionais. Segundo uma pesquisa da WeWork (2024), em parceria com a consultoria PageGroup, o benefício de poder conduzir o dia a dia de trabalho da maneira que melhor preferir é algo essencial para 46% dos 10 mil profissionais entrevistados em cinco países da América Latina. Nesse contexto, oportunidades de trabalho em modelo híbrido ou remoto se tornam grandes sensações do LinkedIn.

E não é apenas sobre flexibilidade
Uma pesquisa da FIA Business School e da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, que entrevistou mais de 1.300 pessoas de diversos setores em novembro de 2024, revelou que 94% dos participantes acreditam que o trabalho remoto melhorou suas vidas.
E há indícios de que existem benefícios não só em nível individual, mas também para as empresas, com pessoas manifestando mais satisfação, lealdade e orgulho, quando colaboram em empresas que permitem um modelo de trabalho remoto ou híbrido.A pesquisa realizada pela United Minds, em parceria com a Weber Shandwick e Powell Tate (2023), confirma que pessoas em trabalhos híbridos estão mais propensas a afirmar seu orgulho em trabalhar nas empresas em que atuam (87% em comparação com 72% em trabalho presencial), sua satisfação com o trabalho (83%, se comparados com 71% em trabalho presencial) e sua lealdades a seus empregadores (85% em comparação aos 74% em trabalho presencial).
Mas, há boatos por aí que 2025 é o ano em que o trabalho remoto entrará em extinção.

Seria o início do fim?
Não é contraditório pensar que mesmo as big techs estão repensando o modelo remoto?
O exemplo mais dramático desse movimento ocorreu no setor tecnológico no final de 2024, quando Andy Jassy, CEO da Amazon, determinou o retorno ao modelo de trabalho 100% presencial e ainda reforçou que, em caso de insatisfação, os trabalhadores poderiam buscar outras oportunidades.
Na Dell, foram adotadas maneiras para “forçar” o colaborador a retornar presencialmente ao escritório, com impedimentos de crescimento na carreira para aqueles que preferirem o modelo de trabalho remoto.
O movimento não se limita à tecnologia. Em um estudo da Resume.org, 73% dos líderes de negócio que participaram da pesquisa disseram que, neste ano (2025), a ideia seria retomar o trabalho presencial pelo menos três vezes por semana. E quase um em cada três respondentes espera exigir que os profissionais trabalhem presencialmente todos os dias úteis.
Entre as justificativas para o movimento estão a facilidade para colaborar (69%), melhora da comunicação (58%), engajamento na cultura organizacional (51%), impulsionamento da produtividade (47%), fomento de melhorias na gestão (41%) e uso do escritório (40%).
Embora observemos empresas buscando retomar presencial, a pesquisa indica que este parece ser um movimento gradual. Nesse cenário, o modelo híbrido ainda permanece em alta, sendo um meio termo interessante para quem busca a flexibilidade do home office aliada às oportunidades do presencial.

Mesmo em modelos híbridos de trabalho, a grande frequência presencial no escritório é uma realidade
E o desafio de manter o engajamento e a motivação das pessoas colaboradoras também. Minha dica é: faça dos encontros presenciais, momentos de oportunidade para gerar integração e mais sentido na interação entre os profissionais.
Como facilitadoras desse processo, as áreas de Comunicação Interna podem promover atividades que trazem significado à presença física dos colaboradores, como:
- Reuniões presenciais: encontros com propósito claro, que coloquem todos os participantes em uma direção comum do que é relevante para a organização.
- Team building: atividades que gerem colaboração entre pessoas de uma mesma equipe. Este movimento proporciona uma elevação na motivação dos funcionários, estimula a criatividade e inovação, evidencia talentos e fomenta a formação de laços.
- Celebração de datas comemorativas: ao celebrar momentos que façam sentido para o contexto da sua organização, você reforça mensagens da companhia e promove momentos descontraídos para integrar pessoas de diferentes equipes.
- Townhalls periódicos: para posicionar as pessoas colaboradoras de como a empresa está caminhando, mas também abrir um espaço de diálogo entre líderes e liderados, permitindo uma horizontalização da comunicação e mais proximidade entre as pessoas.
O formato para criar esses e mais momentos de oportunidade pode variar, mas lembre-se que para pensar o retorno ao presencial é necessário considerar uma estratégia que coloque as pessoas no centro. Pergunte a si mesmo: como posso tornar a experiência presencial de cada colega uma oportunidade para que ele ou ela se sinta mais confortável e beneficiado/a pelo retorno presencial? — e siga daí.

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