Em 2020, um grande desafio das empresas foi criar meios de levar o trabalho para dentro das casas dos colaboradores, em tempo integral. Agora, em 2021, engajar lideranças e equipes em um cenário ainda incerto virou o novo “X” da questão. Uma preocupação que está relacionada com o clima, a cultura e a produtividade, afinal o engajamento anda lado a lado com os resultados do negócio. Como já falamos, o desequilíbrio causado por colaboradores desengajados gera prejuízo financeiro.
Existem empresas que pretendem continuar em um modelo 100% remoto mesmo depois do término da pandemia, outras que desejam retomar o presencial e ainda aqueles que adotam um modelo híbrido.
Entretanto, é preciso reconhecer que engajar colaboradores que estão juntos em um local é diferente de alcançar cada profissional em sua casa. Nesse caso, de modo prático, o que pode ser feito? É tudo mentalidade ou depende de ferramentas também? Conversamos com um especialista para jogar luz ao tema.
Existe diferença no engajamento em modelo de trabalho remoto, presencial e híbrido?
O local onde o colaborador faz diferença, sim. Ao mesmo tempo, existe um pré-requisito para engajar o profissional, onde quer que esteja, de acordo com André Rezende, consultor e palestrante com foco no desenvolvimento de líderes e equipes de alta performance.
Para engajar, é preciso “destacar a causa maior para as pessoas executarem o que precisa ser executado e no mundo remoto é necessário criar mecanismos de aproximação do colaborador com a empresa, o que no mundo presencial pode acontecer nas interações mais informais, como um café, conversas de corredor entre uma reunião e outra e almoços informais.”
Ele completa dizendo que independentemente do modelo utilizado, “as pessoas precisam satisfazer as necessidades de relacionamento e pertencimento e precisam entender que o trabalho delas é importante e é parte de algo maior”.
Nesse sentido, olhar com uma atenção especial para os colaboradores que estão trabalhando à distância é de grande importância.
Algumas medidas que podem ser adotadas para engajar lideranças e equipes remotamente são:
- Reuniões de alinhamento e acompanhamento das atividades e também do bem-estar;
- Momentos de interação entre a equipe. Que tal um happy hour online? ou uma reunião mais descontraída na qual os colaboradores compartilhem suas vivências no home-office?;
- Centralize a comunicação online em um canal interativo. Bombardear o colaborador por todos os lados pode deixá-lo confuso e, consequentemente, desengajado.
Como engajar a liderança e como os próprios líderes engajam seus times à distância?
Um bom ponto de partida para essa questão é ter a estratégia sempre por perto. Segundo Rezende, “para engajar a liderança e a própria liderança engajar o seu time, os gestores precisam amarrar bem a estratégia e o propósito da empresa com as atividades diárias, que hoje em dia estão sendo executadas, em uma grande maioria de empresas, de casa.”
E qual o papel do líder nesse engajamento à distância? Fazer o colaborador entender que todas as atividades são essenciais, que seu trabalho faz a diferença e ajuda a empresa a alcançar seus objetivos, fortalecendo o senso de pertencimento.
“Para fazer esse elo entre a estratégia e as atividades do dia a dia, os gestores precisam dedicar tempo para discutir o propósito da empresa, missão, visão, valores, e principalmente o mapa estratégico, pois assim os colaboradores entenderão que são parte integrante de algo maior”, completa o especialista.
Como fica o engajamento das lideranças no cenário pós-pandemia?
Líderes têm um papel essencial neste momento de manter o nível de engajamento da equipe. “Para manter o engajamento após a pandemia, haverá uma necessidade ainda maior de fazer o elo do dia a dia dos colaboradores com o propósito da empresa e existe um grande risco de extinção daquelas empresas que ainda não tem um propósito bem definido.”
Para o consultor, as pessoas estarão mais engajadas no propósito, trabalhando por uma causa maior, não apenas pelo retorno financeiro.
A digitalização é uma chave para engajar lideranças e equipes
Antes mesmo da pandemia, o modelo home-office já apresentava crescimento: o Global Workplace Analytics apontou que nos Estados Unidos, de 2005 a 2017, o trabalho remoto cresceu 159% entre a população. Em 2017, 4% da força de trabalho norte-americana atuava à distância, sendo que, em 2015, esse número era de 2,9%.
Já no começo da quarentena, um estudo feito pela Gartner com 800 executivos de RH mostrou que 88% das organizações encorajaram ou obrigaram os colaboradores a trabalhar de casa.
Essa mudança tão brusca obrigou o Recursos Humanos a analisar não só quais ações podem ser feitas para garantir uma transição e adaptação tranquila, mas também como continuar engajando o colaborador à distância.
A partir desse novo cenário, investir em ferramentas digitais tornou-se uma necessidade para continuar oferecendo a melhor employee experience, agora em outro ambiente.
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