A sétima edição do Dialog Connection, um dos eventos mais relevantes para o mercado de Comunicação Interna, aconteceu em São Paulo no início de outubro. O encontro é exclusivo para clientes e convidados.
Com o tema “A evolução da Comunicação Interna e o protagonismo do profissional de CI”, a programação foi composta pelos seguintes painéis:
- Mais engajamento, menos turnover: Hugo Godinho e João Rego (CEO e CTO da Dialog, respectivamente), apresentaram um estudo inédito;
- A evolução da CI nos últimos 10 anos: Neto Cerasi (head de Comunicação Interna na Leo Madeiras), Linéia Rodrigues (coordenadora de Comunicação e Engajamento na Melitta) e Rafael de Almeida (consultor de Comunicação na BASF) refletiram juntos sobre os caminhos da profissão;
- Protagonismo do profissional de CI: Claudia Zanuso (Abracom) e Rafael Oliveira (ESPM e consultoria Rafa is Cool) falaram sobre as atribuições do profissional de Comunicação Interna.
Neste artigo, compartilharemos os principais insights do evento. Confira!
Comunicação Interna como impulsionadora de grandes resultados de negócio
O evento dedicado a profissionais de Comunicação Interna começou com uma apresentação especial da Dialog. Foram expostos os resultados de um estudo inédito, realizado entre janeiro e agosto de 2024, que analisou o comportamento dos colaboradores de empresas do Agronegócio e do Varejo que utilizam a nossa plataforma.
Ao todo, foi analisado o comportamento de 156.530 colaboradores no canal de Comunicação Interna desenvolvido pela Dialog. Os dados foram coletados de maneira anônima e alguns dos indicadores avaliados foram:
- Tempo de engajamento no conteúdo;
- Módulos acessados;
- Retenção do engajamento;
- Total de interações;
- Temas de interesse por áreas da empresa;
- Pautas mais trabalhadas pela organização.
A conclusão do estudo foi a seguinte: levando em consideração o uso da plataforma de CI, um aumento de 10% no tempo de engajamento dos colaboradores representou uma queda de até 5,72% na rotatividade dos profissionais durante o período analisado.
O estudo aponta a relação direta entre o desengajamento na plataforma e a saída dos colaboradores pouco tempo depois, o que traz um importante alerta para as empresas que se preocupam em reter talentos.
“Para a Dialog, engajamento é como o colaborador vivencia a plataforma”, afirmou Hugo Godinho. “Isso significa que avaliamos não apenas curtidas e comentários, mas também os acessos e o tempo de permanência na ferramenta – que indica, por exemplo, o interesse que a comunicação e os conteúdos disponibilizados despertam nos colaboradores”, explicou.
O estudo foi divulgado em primeira mão em uma matéria exclusiva publicada pelo portal da Exame. Em breve, o material na íntegra será compartilhado com clientes e pessoas interessadas.
A evolução da Comunicação Interna
O segundo painel, mediado por Milena Fiori, head de Atendimento e Estratégia de CI na Dialog, abordou as características da Comunicação Interna na última década e buscou prever os próximos 10 anos.
Rafael de Almeida, consultor de Comunicação na BASF, começou o painel compartilhando sua percepção sobre a mudança de posicionamento da área.
“Eu não vejo a Comunicação Interna como informativa como lá nos primórdios; vejo a CI como mostrada na pesquisa [da Dialog]: conectada com a estratégia do negócio. Acho que isso traz a relevância”, comentou.
A coordenadora de Comunicação e Engajamento na Melitta, Linéia Rodrigues, lembrou dos desafios tão presentes nos canais off-line. Ela citou o exemplo das revistas impressas, que comunicam com atraso e que, em caso de erro (seja de gramática ou de informação), não possibilitam a correção.
“Hoje a comunicação [digital] é assim: é só não apertar o ‘send’, é só não publicar. Olha como está mais fácil! É só corrigir uma palavra hoje, está mais simples. E o impacto [nos colaboradores] está maior”, refletiu.
Transformações: os canais
Quando perguntados quais eram as principais transformações na área, Linéia compartilhou sua vivência na Melitta, empresa em que trabalha há mais de 10 anos. Quando chegou, a área de CI era praticamente inexistente; um dos canais utilizados era justamente a revista impressa, que continha receitas e algumas informações.
Posteriormente, foi entendida a necessidade de incluir histórias dos colaboradores e projetos para tornar o canal interessante, mas a periodicidade da revista era espaçada e o timing se perdia. A partir daí, a empresa começou a adotar outros canais para moldar uma CI mais atrativa.
Com a pandemia, Linéia conseguiu finalmente implementar um canal de Comunicação Interna digital e mobile: o Melitta App (plataforma desenvolvida pela Dialog), que se tornou a principal ferramenta da área.
“[Com o Melitta App,] a gente deixa de ter só uma voz corporativa e passa a ter uma série de vozes a partir de agora”, disse a coordenadora de Comunicação e Engajamento na Melitta.
Rafael de Almeida reforçou também a dificuldade do uso de canais off-line, a pouca atratividade que essas opções oferecem e o excesso de conteúdo veiculado tanto nas TVs corporativas quanto em formatos que não prendem a atenção dos colaboradores.
“A Comunicação Interna passa por uma evolução de 4 momentos: o primeiro vai numa linha muito mais informativa, entendendo que a comunicação tem as informações necessárias para o colaborador. O segundo momento é aquele que a gente vê que o engajamento está caindo e coloca a liderança em um papel de influenciador. A liderança tem que aprender a comunicar, mas esquecemos que o líder também é um colaborador e, por isso, precisa de um tempo para assimilar essas informações. No terceiro momento, começamos a colocar todo mundo em um mesmo bolo: o colaborador fala o que gosta e o que não gosta, participa do diálogo (…) e da construção da Comunicação Interna. E acho que o quarto momento, que se conecta com a Dialog, é o momento da experiência”, comentou o consultor de Comunicação na BASF.
Ainda falando sobre experiência, Rafael mencionou que as áreas vêm sendo desafiadas a criar experiências para os colaboradores como forma de engajar e reter talentos. Assim como a CI vem sendo desafiada a fazer essa conexão entre a empresa e os colaboradores – que deve ser cada vez mais dirigida por dados.
Transformações: a linguagem
A adaptação da linguagem também foi uma grande evolução na área; foi o que apontou o head de Comunicação Interna na Leo Madeiras, Neto Cerasi. Segundo ele, antigamente termos muito formais eram usados e afastavam a Comunicação Interna dos colaboradores.
O comunicador contou que precisou atingir mais de 40 mil colaboradores quando trabalhava em outra empresa. Para isso, a área de Comunicação Interna começou a fazer lives, mas que não tinham adesão.
A solução foi começar a usar os poucos comentários do chat durante a live como forma de expor positivamente o colaborador, dando destaque para a participação do profissional. Essa prática criou um grande atrativo para que outras pessoas também se interessassem em participar.
“Saí de um engajamento de 5% para alcançar 90% do meu público. A Comunicação Interna é simples: eu me coloco no lugar do colaborador. Se há um streamer bombando na TV, eu mando uma mensagem e aparece, eu falo isso para todo mundo!”, pontuou.
Outra mudança enfrentada por profissionais de Comunicação Interna é a necessidade de encurtar as mensagens sem perder a qualidade da informação. Uma boa saída é usar diferentes formatos, identificando sempre o que desperta a atenção das pessoas.
Personalização
Os segredos para alcançar e engajar colaboradores são a segmentação e a personalização, dupla que torna a comunicação mais eficiente e interessante.
Segundo Rafael de Almeida, os dados ajudam a encontrar a resposta. Para ele, é fundamental pensar na forma como a mensagem vai se conectar a quem a recebe. “Você, profissional de CI, deve conectar o conteúdo às pessoas que querem consumi-lo”, resumiu.
Além disso, o uso de personas também ajuda na construção de uma Comunicação Interna mais atraente e eficaz.
Leia também:
- Personalização na Comunicação Interna: sua empresa mais estratégica
- Hiperpersonalização como estratégia para evitar sobrecarga digital
O profissional de Comunicação Interna do futuro
O último painel do evento teve como tema principal os profissionais de Comunicação Interna e foi mediado pela coordenadora de Estratégia em CI na Dialog, Nicole Martini.
Claudia Zanuso (Abracom) e Rafael Oliveira (ESPM Rio), ambos veteranos na área de Comunicação Interna com mais de 20 anos de experiência, foram questionados sobre as mudanças na carreira dos profissionais da área.
Oliveira explicou que no início o foco do profissional estava na redação, mas ressaltou que hoje sua postura precisa ser muito mais estratégica e de impacto.
“A minha definição hoje é que o profissional de Comunicação Interna é um profissional de negócio, ele precisa resolver problemas da empresa. (…) A CI faz o quê? Só divulga festinha? Não, a gente precisa trabalhar no campo estratégico e mudar totalmente o perfil. Quando eu comecei, eu era o redator e o jornalista da empresa. Hoje a Dialog resolve isso, descentraliza [a narrativa] e te dá liberdade para pensar em outras coisas de forma mais estratégica”, comentou Rafael Oliveira.
Ele também falou a respeito da postura de lamentação por parte de profissionais da área sobre falta de recursos, dizendo que esse público precisa entender – dentro das suas limitações – o que pode ser feito para otimizar tempo e então investir esforços em pautas e iniciativas mais estratégicas.
“O profissional de comunicação tem que entender de negócio, de tecnologia, de design thinking e de inovação. A gente é cada vez mais um profissional plural, generalista e com necessidade de aprofundamento em alguns campos de especialidade”, expôs.
Complementando esse ponto, Claudia Zanuso provocou os presentes ao questionar quais profissionais de Comunicação Interna leem os relatórios de sustentabilidade da empresa. Segundo ela, esse tipo de documento traz muitas informações valiosas e conteúdos que podem enriquecer a estratégia de Comunicação Interna. Por isso, todo profissional de CI deveria consultar verdadeiramente esses materiais.
“Nesses 30 anos em que atuo nessa área de comunicação, o processo [de CI] evoluiu bastante, mas ainda vejo um acanhamento do profissional dentro desse cenário. Já está mais do que na hora da gente querer mais da nossa atuação dentro da nossa organização, de ser entendido como uma área que está entregando resultado para o negócio”, opinou Claudia.
Postura estratégica
Já é consenso que profissionais de Comunicação Interna devem deixar para trás o estigma de patinho feio das organizações e assumir uma postura estratégica. Mas como fazer isso?
Rafael Oliveira explica que, mesmo com limitações financeiras, comunicadores devem ter uma postura proativa para buscar escutar colaboradores e entender como o trabalho da área vem sendo percebido pelos demais.
Os especialistas apontaram quais soft skills esse público deve desenvolver para elevar sua atuação dentro das empresas. Algumas delas são:
- Proatividade;
- Resiliência;
- Criatividade;
- Escuta ativa.
O futuro e IA
Quais são os caminhos possíveis para o profissional de Comunicação Interna? A Inteligência Artificial foi citada por ambos os convidados.
Claudia se considera uma entusiasta da tecnologia, afirmando que o recurso já mostra seus primeiros frutos positivos para a área. No entanto, ela ressalta que é preciso ter maturidade para entender o que será delegado para a IA.
“Nós não seremos substituídos pela Inteligência Artificial, nós seremos substituídos por pessoas que sabem usar a Inteligência Artificial”, complementou Rafael Oliveira.
Por fim, Rafael anunciou o lançamento de uma masterclass exclusiva sobre planejamento de campanhas de CI; clique aqui para entrar em um grupo exclusivo no WhatsApp.
A Dialog pode ser a grande aliada dos profissionais de Comunicação Interna. Para saber como isso é possível, agende uma demonstração gratuita!
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