Segundo um estudo da empresa norte-americana Simpplr, 86% consideram que a Comunicação Interna pode impactar fortemente a retenção de colaboradores. Mas afinal, como isso é possível?
Dando um passo para trás, é preciso entender o cenário atual do mercado de trabalho. Só assim conseguiremos saber como a Comunicação Interna pode contribuir e atuar como aliada das empresas que visam reter talentos.
Para falar sobre o assunto, Kelly Cufone, diretora de Projetos na United Minds, foi a convidada do novo episódio do Dialog Talks.
Ela possui 16 anos de experiência na área de Comunicação Corporativa em empresas multinacionais e nacionais, e liderou o projeto para a Nespresso que venceu o Prêmio Aberje, regional São Paulo, na categoria Relacionamento com Público Interno em 2021.
A United Minds lançou, no último mês, um paper sobre tendências de carreira e desenvolvimento profissional. Kelly aproveitou a oportunidade para compartilhar os principais insights sobre o tema.
Para assistir à conversa na íntegra, basta clicar nos players abaixo.
Comunicação Interna e retenção de talentos: o cenário
Antes de falar sobre a Comunicação Interna como aliada da retenção de talentos, é preciso entender o momento atual do mercado de trabalho. O paper produzido pela United Minds aborda justamente essa questão.
O material mostra como as novas mudanças estão impactando a maneira como as pessoas se enxergam enquanto profissionais. Dito isso, quais são as maiores mudanças e como elas podem interferir nas estratégias com foco em retenção de talentos?
Kelly explica as quatro grandes tendências contempladas pelo estudo:
- Economia GIG: Formato de trabalho com predominância de freelancers e agências de contratação temporária, vínculos mais curtos com as organizações e match perfeito com a geração Z.
- Mad skills: Habilidades fora de série que “consolidam a interseção entre vida pessoal e profissional, borrando quase que totalmente os limites entre aquilo que fazemos com propósito de carreira e aquilo que é hobby”.
- Quiet ambition: O lema “trabalhar até o fim da vida” perde força e o equilíbrio entre vidas pessoal e profissional se torna prioridade. Profissionais passam a revisitar o conceito de evolução profissional, de forma que o foco seja assumir projetos que desenvolvam habilidades em vez de cargos que demandam mais responsabilidades.
- Produtividade x tempo: Tecnologias como a Inteligência Artificial e movimentos como o que defende uma semana com 4 dias de trabalho põem em xeque a jornada como conhecemos.
“A partir dessas tendências, a partir desses movimentos, como a gente enxerga a cultura da empresa? A marca empregadora? Como que a gente se relaciona com os nossos colaboradores a partir das suas necessidades? Como a comunicação pode apoiar na estratégia da empresa, trazendo visibilidade para essas questões?”, reflete Kelly.
O apoio da CI
A pergunta que fica então é: como a Comunicação Interna vai ajudar no alinhamento das empresas a essa nova realidade do mercado de trabalho?
Kelly comenta que é necessário refletir sobre o papel da área dentro das empresas, como a equipe quer se posicionar e como quer ser vista na organização.
O passo seguinte é entender a atuação da CI no dia a dia: se será mais tática, com comunicações mais simples, ou se haverá alinhamento entre as estratégias da área e as de negócio e cultura.
“É importante que a gente pense e entenda o papel da comunicação como esse ponto transversal à cultura e à experiência das pessoas. Então, a gente existe com esse intuito de trazer mais visibilidade ao que está acontecendo na empresa, para onde a gente vai e qual é o propósito”, explica.
A diretora cita um pesquisador francês que fez a releitura da Pirâmide de Maslow com viés corporativo, apontando o que as pessoas precisam saber para ter um bom desempenho nas empresas. São duas categorias:
- Individual: Informações para o desenvolvimento do próprio trabalho/atribuição;
- Coletivo: Olhar mais voltado para o negócio, qual é a estratégia da organização, quais são as metas, como a área do profissional contribui para o atingimento desses resultados etc.
Ela conclui que, a partir desses pontos, a Comunicação Interna consegue entender o que não pode faltar em sua estratégia. Kelly ressalta que é importante também contar com o apoio do RH e de outras áreas.
“Como a Comunicação Interna pode ser parceira do RH para que a gente possa dar visibilidade a essa jornada [do colaborador]? E o que a empresa oferece em termos de benefícios, em termos de experiência, para que a gente consiga de fato ter as pessoas alinhadas no que a gente precisa?”, provocou Cufone.
Parte da resposta está no entendimento do público interno. Kelly comenta que existe um grande conflito geracional dentro das empresas atualmente, e diz que a CI deve encontrar um equilíbrio para alcançar e engajar todas essas gerações.
“Ter uma plataforma de canais adequada, com linguagem clara e intencional, é importante quando a gente tem a intenção de comunicar a cultura, de comunicar a estratégia”, comenta Kelly, frisando que a área de comunicação deve apoiar a liderança no que e no como comunicar. “Essa transversalidade da Comunicação Interna é superimportante para a gente entender onde ela [CI] entra nessas relações com o RH e com outras áreas, como Compliance e Planejamento Estratégico” explica.
Comunicação Interna e geração Z
Como a Comunicação Interna deve se comportar pensando na geração Z e em sua forma de se relacionar com o trabalho?
A representante da United Minds explica que esses profissionais chegam ao mercado em um momento desgastado e que eles possuem um desejo de mudar tudo. Nesse sentido, a Comunicação Interna deve entender essa inquietação para conseguir se comunicar efetivamente com esse público.
A conexão com a geração Z será a partir de uma comunicação walk the talk, ou seja, que o discurso reflita o que é feito na organização. Outro ponto citado pela entrevistada é a necessidade da transparência e a forma como ela será cobrada pelos colaboradores, como o posicionamento da marca diante de temas sensíveis.
“A Comunicação Interna entra como esse balizador da transparência, de comunicar com agilidade, de posicionar mais efetivamente as nossas crenças como empresa. Eu não quero estar em uma empresa em que as coisas são meio veladas, em que o CEO fala um negócio meio que desdizendo. Eu quero que ele seja claro: você acredita nisso ou não? Porque isso também vai me fazer decidir se vou ficar aqui ou não”, destaca.
No dia a dia, utilizar uma linguagem atrativa e estar onde esse público está são passos primordiais para tornar a Comunicação Interna interessante para a nova geração. “A questão aqui é a área de Comunicação Interna não ter medo de testar novas ferramentas e novos formatos”, defende Kelly.
Anota aí!
Focando em retenção de talentos, como a Comunicação Interna pode ajudar a evitar o turnover? Kelly compartilhou algumas dicas práticas:
- Priorize a clareza e a transparência sempre;
- Apoie e faça com que pessoas entendam a estratégia do negócio e a cultura organizacional;
- Escute os colaboradores para entender se a estratégia da área está funcionando e se a informação está sendo entendida;
- Traga história e depoimentos, dando protagonismo aos colaboradores.
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