Recentemente, a Gallup – uma das maiores empresas de pesquisa de opinião do mundo – apresentou dados preocupantes: apenas 23% dos trabalhadores estão engajados; e a falta de engajamento custa à economia global 8,8 trilhões de dólares, o equivalente a 9% do PIB mundial.
Num recorte da América Latina e do Caribe, região da qual o Brasil faz parte, o engajamento é um pouco maior, correspondendo a 31%. Mas, ainda assim, é um dado de impacto. Aliás, de muitos impactos: impacto no clima, impacto no turnover, impacto nos resultados etc.
E o que isso tem a ver com Comunicação Interna?
Tudo. Primeiro porque a Comunicação Interna deve estar a serviço da cultura e da estratégia de negócio da empresa. Estando alinhada a isso, a área tem como desafio atuar para engajar colaboradores por meio de conteúdos de valor, compartilhados por canais de comunicação acessíveis a todo o público interno com constância e eficiência.
É importante lembrar que as pessoas só se engajam quando valorizam e se conectam com o propósito da empresa em que trabalham, quando se sentem reconhecidas e quando veem alinhamento entre o que se diz e o que se faz.
Os colaboradores das melhores empresas para trabalhar (GPTW – 2023), por exemplo, afirmam que os principais motivos que os fazem querer permanecer na empresa em que atuam são: oportunidades de crescimento (45%), qualidade de vida (26%) e alinhamento de valores (16%).
Além disso, os itens que historicamente recebem melhores avaliações de colaboradores na pesquisa GPTW têm a ver com a percepção de um tratamento igualitário, um ambiente de segurança e motivos que proporcionam orgulho.
Gestão e lideranças influenciam o engajamento
Líderes que mantêm um diálogo aberto, que são acessíveis e que estão atentos à gestão de pessoas atuarão de forma a diminuir a porcentagem de colaboradores em condição de demissão silenciosa (minimamente produtivos e psicologicamente desconectados) ou ruidosa (falando mal e prejudicando a empresa).
Mas você já se deu conta de que, dentro das empresas, há pessoas esperando por uma conversa com seu líder? Aguardando por um reconhecimento, por uma orientação ou por uma inspiração?
A Gallup também mostra que entre o que as pessoas desengajadas desejam para se tornar engajadas estão fatores como gestores mais acessíveis e respeitosos, reconhecimento por suas contribuições e clareza em relação às metas. E vejam, isso tem muito a ver com comunicação!
Fato é que a forma como as pessoas são gerenciadas pode transformá-las em profissionais mais ou menos engajados. Ao não engajar colaboradores, líderes perdem um dos principais fatores de retenção de clientes e de crescimento orgânico dos negócios.
Engajamento é mais do que ser feliz na jornada
O verdadeiro engajamento acontece quando as pessoas estão psicologicamente comprometidas com o seu trabalho, são mais produtivas, trabalham com paixão e sentem uma conexão profunda com a empresa. São pessoas inovadoras e movem o negócio adiante.
E o gestor é o eixo do engajamento. Para a Gallup, 70% do engajamento da equipe é atribuível ao gestor. Mas o que fazer quando o próprio gestor está desengajado? Ah, pois bem. Aí o desafio muda de cenário. Cabe à empresa, primeiramente, atuar no engajamento de seus lideranças. Líderes só engajarão os seus times se estiverem engajados.
A potência de ter líderes engajados
O que está ocorrendo? Por que líderes estão desconectados? Esse desafio não é apenas de comunicação. Líderes precisam reconhecer valor em suas atividades, se conectar com a cultura da empresa e ser um exemplo de comportamento no dia a dia. Mas lideranças também devem ser reconhecidas, desenvolvidas e fortalecidas! Devem se sentir parte, e só estarão engajadas quando se sentirem assim.
Líderes comunicadores precisam ser distinguidos, empoderados, treinados, instrumentalizados e acompanhados. Alocar tempo e recursos (humanos e financeiros) para engajar e fortalecer esses profissionais é um investimento. Lembre-se de que a falta de engajamento impacta o resultado de qualquer empresa. E a Comunicação Interna tem muito a contribuir como parceira estratégica para fortalecer a cultura, para impulsionar o negócio e para tangibilizar aspectos que reforçam o engajamento. Esse é o nosso desafio e é nisso que devemos colocar o nosso foco.
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